Boicote e Sanções a Israel

A Airbnb, plataforma de reserva de alojamentos através da internet, decidiu no início desta semana retirar as ofertas situadas em colonatos israelitas na Cisjordânia, território palestino ocupado pelo exército israelita há mais de 50 anos.

«Concluímos que deveríamos retirar das nossas listas os alojamentos nos colonatos israelitas na Cisjordânia ocupada, que estão no centro da disputa entre israelitas e palestinos», indicou o Airbnb num comunicado.

A plataforma indica que estão listados 200 alojamentos nos colonatos, mas não especifica quando é que esta medida entrará em vigor.

A escritora palestino-americana Susan Abulhawa foi detida ontem ao chegar ao aeroporto de Tel Aviv, com a intenção de participar num festival literário na Cisjordânia ocupada, e foi hoje deportada de regresso aos Estados Unidos.

Susan Abulhawa, autora nomeadamente do conhecido romance As Madrugadas em Jenin, deveria participar no Festival Palestino de Literatura, a ter lugar de 3 a 7 de Novembro.

Os serviços de fronteiras israelitas alegaram que a escritora deveria ter previamente obtido um visto, porque em 2015 lhe foi negada entrada na Palestina através da Ponte Allenby, controlada por Israel. Normalmente os cidadãos dos EUA estão isentos de visto para entrar em Israel.

Uma centena e meia de artistas da Europa e de outros países, incluindo os portugueses José Mário Branco, Francisco Fanhais, Tiago Rodrigues, Patrícia Portela, Chullage, António Pedro Vasconcelos e José Luis Peixoto, publicaram hoje no jornal The Guardian um apelo ao boicote do Festival da Eurovisão a realizar em 2019 em Israel.  Publicamos seguidamente o texto do apelo.
 
Nós, os artistas abaixo-assinados da Europa e não só, apoiamos o apelo sincero de artistas palestinos para boicotar o Festival Eurovisão da Canção 2019 a ser acolhido por Israel. Até que os palestinos possam gozar de liberdade, justiça e direitos iguais, não deve haver o procedimento do costume com o Estado que lhes negando os seus direitos básicos.

A cantora estado-unidense Lana Del Rey adiou a sua actuação em Israel na sequência das críticas de admiradores e activistas do mundo inteiro.
A cantora anunciou através da sua conta oficial no Twitter que ia adiar o seu espectáculo em Israel até ao momento em que possa actuar tanto na Palestina como em Israel: «é importante para mim actuar tanto na Palestina como em Israel e tratar igualmente todos os meus admiradores».
«Infelizmente, não foi possível alinhar as duas visitas com um prazo tão curto, e portanto adio a minha participação no Meteor Festival até uma altura em que posso agendar visitas para os meus admiradores tanto israelitas como palestinos, bem como desejavelmente a outros países da região».
A cantora deveria ter sido uma das cabeças de cartaz do Meteor Festival, de 6 a 8 de Setembro, realizado num kibbutz no Norte de Israel ao qual a maioria dos palestinos não teria autorização de acesso.

Um grupo de cientistas rejeita participar numa conferência científica que terá lugar na Universidade de Ariel, localizada no colonato israelita do mesmo nome, um dos maiores da Cisjordânia ocupada. Explicam as suas razões numa carta publicada ontem, 31 de Agosto, no jornal britânico The Guardian, que transcrevemos seguidamente.
 
NÃO DEIXEM A CIÊNCIA LEGITIMAR A OCUPAÇÃO ISRAELITA DOS TERRITÓRIOS PALESTINOS
Cartaz na cidade de Hebron, na Cisjordânia ocupada, apelando a Messi para não participar no jogo amigável Argentina-Israel de preparação para o Mundial
A Associação Argentina de Futebol (AFA) decidiu cancelar o jogo amigável marcado para sábado contra Israel, que deveria realizar-se em Jerusalém. Depois de uma pressão crescente vinda de todo o mundo, pedindo à Argentina para boicotar a partida, Messi e os seus companheiros de equipa já não irão a Israel. Foram invocadas «preocupações de segurança» como motivo do cancelamento de última hora.
O cancelamento do jogo ocorre após meses de uma campanha do movimento Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS) que começou na Argentina. Sindicatos argentinos e as Madres de la Plaza de Mayo juntaram-se ao apelo, e na semana passada houve uma manifestação diante da Associação Argentina de Futebol, em Buenos Aires. 
Após a notícia do cancelamento, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, telefonou ao presidente argentino, Mauricio Macri, pedindo-lhe para intervir, mas Macri respondeu que não tinha autoridade sobre a decisão. 
Tiago Rodrigues
A cantora colombiana Shakira não vai actuar em Tel Aviv este ano, correspondendo ao apelo que lhe foi dirigido numa carta subscrita por autarquias e dezenas de organizações culturais palestinas [https://bdsmovement.net/Shakira]. 
A decisão de Shakira surge poucos dias depois de o actor, encenador e dramaturgo português Tiago Rodrigues, director do Teatro Nacional Dona Maria II, ter cancelado a sua participação no Israel Festival, em Jerusalém, que deveria acontecer nos próximos dias 4 e 5 de Junho. 
A corajosa tomada de posição de Tiago Rodrigues é explicada numa declaração publicada em 17 de Maio na sua página no Facebook [https://www.facebook.com/tiago.rodrigues.986227/posts/10216429282072893], em que afirma: 
O movimento BDS (Boicote, Desinvestimento e Sanções) pelos direitos dos palestinos foi oficialmente nomeado para o Prémio Nobel da Paz pelo deputado noruguês Bjørnar Moxnes.
Esta nomeação merece ser sublinhada num momento em que em vários lugares do mundo, incluindo países da Europa, a crítica ao sionismo e à política do Estado de Israel são alvo de tentativas de criminalização e proibição, sendo falsamente equiparadas ao anti-semitismo.
O BDS é um movimento que se opõe à política de colonização, repressão e discriminação praticada por Israel contra o povo palestino. Apela ao boicote pelos cidadãos, ao desinvestimento pelas empresas e às sanções pelos Estados como forma de pressão sobre Israel.
O deputado Bjørnar Moxnes, do partido Rødt (Vermelho), considera que o BDS é um meio democrático e não violento que pode ajudar a pressionar Israel para acabar com a ocupação ilegal.
Israel publicou uma lista de 20 grupos internacionais cujos membros serão impedidos de entrar no país devido ao seu apoio ao movimento Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS).
O BDS é um movimento que se opõe à política de colonização, repressão e discriminação praticada por Israel contra o povo palestino. Apela ao boicote pelos cidadãos, ao desinvestimento pelas empresas e às sanções pelos Estados como forma de pressão sobre Israel.
A lista negra, que foi publicada ontem pelo Ministério dos Assuntos Estratégicos de Israel, inclui organizações baseadas em vários países europeus, bem como nos Estados Unidos, no Chile e na África do Sul.
Na sequência de uma intensa campanha por grupos de activistas, organizações de estudantes e outras, a Universidade Católica de Lovaina (Bélgica) anunciou que não participará em futuros desenvolvimentos do projecto LAW TRAIN, um programa de cooperação com a polícia de Israel para estudar técnicas de interrogatório financiado pela União Europeia ao abrigo do programa Horizonte 2020 – informa a Samidoun (Rede de Solidariedade com os Presos Palestinos)
No anúncio feito no passado dia 6, o recém-eleito reitor da Universidade de Lovaina (UCL), Luc Sels, definiu a sua posição em três pontos:

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