Boicote e Sanções a Israel

O MPPM protesta contra a perseguição a activistas da solidariedade com a causa do povo palestino, nomeadamente Angeles Maestro em Espanha e Khaled Barakat na Alemanha, aos quais manifesta a sua solidariedade. 

Angeles Maestro e outras duas activistas são acusadas pela Audiência Nacional espanhola de colaboração com «organização terrorista» por recolherem fundos para a reconstrução da Faixa de Gaza, após a agressão israelita de 2014, que entregaram a Leila Khaled, conhecida dirigente da FPLP. Recorde-se que Leila Khaled visitou Portugal em Novembro de 2014, a convite do MPPM, e teve reuniões na Assembleia da República com o Grupo Parlamentar de Amizade Portugal-Palestina e com os Grupos Parlamentares do PCP, PEV, PSD, BE e PS.

O Estádio de Gaza City foi bombardeado pela aviação israelita em Abril de 2006 e Novembro de 2012

A Associação de Futebol de Israel tem entre os seus membros seis equipas de futebol dos colonatos ilegais construídos em território palestino ocupado pela violência. A FIFA recusa impor-lhe a sua norma que proíbe a organização de jogos em território ocupado. Entretanto, a Puma assumiu o patrocínio da Associação de Futebol de Israel quando a Adidas se retirou sob pressão da opinião pública internacional.

Os colonatos são ilegais pelo direito internacional

Desde que, em 1967, Israel ocupou militarmente a Cisjordânia (além da Faixa de Gaza, de Jerusalém Oriental e dos Montes Golã sírios), tem desenvolvido uma política de facto consumado nos territórios ocupados, nomeadamente, através da construção de colonatos. Os colonatos são ilegais à luz do direito internacional humanitário (IV Convenção de Genebra) que proíbe uma potência ocupante de alterar demograficamente o território ocupado ou de aí efectuar construções permanentes.

Uma carta aberta de mais de 60 académicos judeus e israelitas, em vésperas da discussão no Bundestag de uma moção sobre o movimento BDS, alerta que não se pode confundir com anti-semitismo a crítica a Israel e às suas políticas antipalestinas.

Na sexta-feira passada o parlamento alemão aprovou uma moção que condena como sendo anti-semita o movimento BDS, que apela ao boicote, ao desinvestimento e às sanções como forma de pressão para que Israel ponha fim à ocupação da terra palestina, conceda direitos iguais aos cidadãos palestinos de Israel e reconheça o direito de retorno dos refugiados palestinos.

O Bundestag aprovou na sexta-feira uma moção que condena o movimento BDS como sendo anti-semita, num passo ameaçador no sentido de criminalizar a crítica às políticas antipalestinas de Israel e de amordaçar a liberdade de expressão.

O movimento internacional BDS, que condena explicitamente o anti-semitismo, apela ao boicote, ao desinvestimento e às sanções como forma de pressão para que Israel ponha fim à ocupação da terra palestina, conceda direitos iguais aos cidadãos palestinos de Israel e reconheça o direito de retorno dos refugiados palestinos.

Desde a vitória de Israel na edição passada do Festival Eurovisão da Canção, têm-se multiplicado, tanto em Portugal como um pouco por todo o mundo, os apelos à não participação na final da edição deste ano que se realiza em Telavive – gorada a manobra provocatória de Israel de pretender realizar a final em Jerusalém – entre 14 e 18 de Maio próximo.

Em Fevereiro, o MPPM dirigiu à administração da Rádio e Televisão de Portugal uma carta em que apelava à entidade responsável pela organização da participação portuguesa no Festival a que se retirasse da edição de 2019 daquele certame, pois se entendia que «com essa decisão, a RTP prestigiará Portugal e colocará o nosso país do lado certo da justiça, da liberdade, da defesa da dignidade da pessoa humana e da paz».

Numa carta aberta, 171 artistas suecos apelam ao boicote do Festival da Eurovisão 2019  previsto para Tel Aviv, em protesto contra os crimes de Israel contra o povo palestino.

Entre os subscritores encontram-se músicos e cantores, escritores, personalidades do teatro e cinema. A carta aberta foi também assinada por Per Gahrton, fundador do Partido Verde, e por dois anteriores participantes na Flotilha da Liberdade para Gaza, o jornalista Kajsa Ekis Ekman e o músico Dror Feiler, de origem israelita.

É o seguinte o texto da carta aberta, publicada no diário Aftonbladet:

«Nós, artistas e trabalhadores da cultura suecos  que assinamos este apelo não podemos ver em silêncio Israel usar o Festival Eurovisão da Canção para esconder os seus crimes contra o povo palestino.

Jeremy Corbyn, líder do Partido Trabalhista do Reino Unido, na oposição, reclamou na sexta-feira que o Reino Unido congele as vendas de armas a Israel e condene a matança de civis palestinos em Gaza.

Corbyn escreveu no Twitter: «A ONU diz que as mortes de manifestantes efectuadas por Israel em Gaza — incluindo crianças, paramédicos e jornalistas — podem constituir “crimes de guerra ou crimes contra a humanidade”.» E o líder trabalhista acrescenta: «O governo do Reino Unido deve inequivocamente condenar as mortes e congelar as vendas de armas a Israel.»

A declaração de Corbyn surge no dia seguinte a investigadores da ONU acusarem as forças israelitas de dispararem intencionalmente sobre civis palestinos que participavam nas manifestações da Grande Marcha do Retorno, na Faixa em Gaza, no que afirmam poder constituir crimes de guerra ou crimes contra a humanidade.

Carta aberta à Administração da Rádio e Televisão de Portugal

No dia 13 de Setembro de 2018, a Eurovisão decidiu atribuir à cidade de Telavive, em Israel, a organização da edição deste ano do Festival Eurovisão da Canção.

O Festival Eurovisão da Canção pretende celebrar a diversidade cultural, os valores da paz, da cooperação e da tolerância. É inconciliável com tais valores a política de Israel de desrespeito pelos princípios da Carta das Nações Unidas e da Declaração Universal dos Direitos do Homem, a sua atitude de reiterada violação dos direitos humanos e da legalidade internacional.

A organização por Israel do Festival da Eurovisão compromete irremediavelmente a observância daqueles princípios. Todos os países que calarem tal contradição estarão a caucionar a subversão daqueles valores e a ser cúmplices dos crimes pelos quais o Estado de Israel é reiteradamente censurado na Organização das Nações Unidas.

Cinquenta personalidades da cultura britânica assinaram uma carta convidando a BBC a cancelar a cobertura do Festival da Eurovisão deste ano porque está previsto que ocorra em Israel, a 18 de Maio.

A carta, publicada no jornal britânico The Guardian, critica Israel pela ocupação de territórios palestinos.

Os subscritores, entre os quais se contam a estilista Vivienne Westwood, o cineasta Mike Leigh, as actrizes Julie Christie e Maxine Peake, os músicos Peter Gabriel, Wolf Alice e Roger Waters e os escritores  Caryl Churchill e AL Kennedy, afirmam que «não podemos ignorar a violação sistemática por Israel dos direitos humanos dos palestinos».

«Eurovisão não combina com apartheid!», dizem vários artistas portugueses em carta aberta dirigida à RTP. Os signatários apelam ao boicote da participação de Portugal no Festival da Eurovisão da Canção, que vai decorrer em Israel em 2019, sendo a RTP a responsável pela escolha do representante português.

Entre os artistas signatários contam-se a escritora Alexandra Lucas Coelho, a artista plástica Joana Villaverde, a cantora Francisca Cortesão, os actores João Grosso, Maria do Céu Guerra e Manuela de Freitas, a pintora Teresa Dias Coelho, a cineasta Susana Sousa Dias e o fotógrafo Nuno Lobito, e também o músico José Mário Branco e o director artístico do Teatro Nacional D. Maria II, Tiago Rodrigues.

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