Nike vai deixar de vender nas lojas de Israel

O fabricante de equipamento desportivo Nike anunciou que porá fim à venda dos seus produtos em lojas no Estado de Israel a partir de 31 de Maio do próximo ano, numa iniciativa saudada como mais uma vitória da campanha internacional de Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS).

«Na sequência de uma análise abrangente realizada pela empresa e considerando a variação do mercado, foi decidido que a continuação da relação comercial entre si e esta empresa já não corresponde à política e objectivos da empresa», escreveu a Nike aos retalhistas israelitas no passado domingo.

A decisão da Nike deve atingir duramente os negócios de centenas de lojas de desporto em Israel já que, sendo uma das marcas desportivas mais populares do mundo, os seus produtos são responsáveis por uma grande proporção das suas vendas.

Embora a empresa tenha aparentemente tomado a decisão em linha com o seu plano global de reduzir o número de lojas com que trabalha e canalizar o negócio através do seu website, a mudança desencadeou um aceso debate sobre os seus motivos.

Esta decisão surge na sequência da decisão do gigante dos gelados Ben & Jerry's de pôr fim às vendas nos territórios palestinos ocupados. Os fundadores, Bennett Cohen e Jerry Greenfield, explicaram no início deste ano porque acreditam que a empresa «está no lado certo da história» ao tomar a decisão de boicotar os negócios na Cisjordânia ocupada.

A Amnistia Internacional elogiou a decisão da Ben & Jerry’s, descrevendo-a como «uma resposta legítima e necessária, em conformidade com a sua responsabilidade de respeitar o direito internacional e os direitos humanos».

No entanto, alimentada por uma agressiva campanha de Israel, a corajosa decisão da Ben & Jerry’s está a provocar a retaliação de vários estados norte-americanos – nomeadamente Nova Jérsia, Arizona, Nova Iorque, Florida e Texas – que desinvestiram ou ameaçam desinvestir da Unilever, a empresa-mãe da Ben & Jerry’s.

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