Resistência, Política e Sociedade Palestinas

Pelo menos 110 palestinos foram hoje feridos na Faixa de Gaza por balas reais disparadas pelas forças israelitas contra os manifestantes que participavam na 56.ª semana consecutiva da Grande Marcha do Retorno.

Os soldados israelitas dispararam balas reais e balas de aço revestidas de borracha contra os milhares de manifestantes que se reuniram em vários acampamentos ao longo da vedação com que Israel isola o pequeno território palestino. Os manifestantes feridos não representavam qualquer ameaça iminente ou perigo para a vida dos soldados. Entre os feridos, dois dos quais com gravidade, contam-se 37 menores, 3 mulheres, 4 paramédicos e um jornalista.

Segundo dados coligidos pelo Centro Palestino para os Direitos Humanos (PCHR),  a repressão israelita da Grande Marcha do Retorno, desde o seu início, em 30 de Março de 2018, já causou 203 mortos e 23 387 feridos, dos quais 137 tiveram de sofrer a amputação dos membros superiores ou inferiores.

A greve da fome de várias centenas de presos políticos palestinos nas cadeias de Israel terminou nesta segunda-feira, após o Serviço Prisional de Israel (IPS) aceitar  instalar telefones fixos dentro das prisões e libertar os presos que  se encontravam em isolamento. O protesto durou oito dias. 

Qadri Abu Bakr, que dirige a Comissão Palestina dos Presos e ex-Presos, informou que as conversações entre os representantes dos presos e a administração penitenciária, que decorreram durante vários dias na prisão de Ramon, conduziram a um acordo no sentido de instalar telefones públicos nas prisões, permitindo que os presos possam comunicar com as suas famílias três vezes por semana.

Tropas israelitas mataram nesta sexta-feira um adolescente palestino que participava em protestos junto à vedação com que Israel isola a Faixa de Gaza.

O jovem Mousa Abu Shlouf, de 15 anos de idade, foi atingido no abdómen por balas reais disparadas pelos soldados sionistas. É a primeira vítima mortal desde que os habitantes de Gaza entraram no segundo ano das manifestações semanais da Grande Marcha do Retorno, iniciadas em 30 de Março de 2018

A Grande Marcha do Retorno tem por objectivo exigir o direito dos refugiados palestinos e seus descendentes a regressarem às terras, na Palestina histórica, das quais foram expulsos em 1948, na campanha de limpeza étnica realizada pelas forças sionistas aquando da criação de Israel, e também o fim do criminoso bloqueio por Israel (com a colaboração do Egipto) à Faixa de Gaza, que dura há 12 anos.

Dezenas de presos palestinos nas cadeias israelitas entraram no 5.º dia de greve da fome, que recebeu a designação de “al-Karama (dignidade) 2».

Mais presos se juntaram à greve da fome na quarta-feira, 10 de abril, elevando o número de grevistas da fome para mais de 400.

Segundo a Comissão de Assuntos dos Presos e ex-Presos, o Serviço Prisional de Israel começou ontem a transferir grevistas da fome das prisões de Negev e Ramon para celas de isolamento e para outras prisões.

Outros presos deveriam ter-se juntado hoje à greve da fome, e um grande número aderirá em 17 de Abril, Dia de Solidariedade com os Presos Palestinos.

Os principais dirigentes dos presos anunciaram na passada segunda-feira o fracasso das conversações com os serviços prisionais israelitas, após a rejeição das suas exigências, especialmente no que diz respeito ao uso de telefones.

Cerca de 150 presos palestinos encarcerados em prisões israelitas iniciaram na tarde desta segunda-feira uma greve da fome por tempo indeterminado, após o fracasso das negociações com o Serviço Prisional de Israel (IPS) sobre uma série de reclamações dos presos.

Os representantes dos presos anunciaram que, após dias de conversações com o IPS na prisão de Rimon, não foram alcançados resultados, e portanto apelaram a uma greve da fome por tempo indeterminado, que também inclui a recusa de beber água.

Milhares de palestinos da Faixa de Gaza participaram nesta sexta-feira nos protestos da Grande Marcha do Retorno. Trata-se da 53.ª semana de protestos semanais perto da vedação de 65km com que Israel isola o território.

Pelo menos 84 palestinos foram feridos pelas forças israelitas, cinco deles com gravidade, informou o Ministério da Saúde em Gaza.

Os soldados israelitas dispararam balas reais e balas de aço revestidas de borracha contra os manifestantes, que se reuniram em muitos acampamentos ao longo da vedação de isolamento.

Além disso, as forças israelitas usaram contra os manifestantes um novo e estranho gás lacrimogéneo vermelho, contendo substâncias químicas desconhecidas.

Cinco palestinos foram mortos e pelo menos outros 207 foram feridos, neste sábado, pelas forças israelitas que reprimiram os protestos da Grande Marcha do Retorno ao longo da vedação com que Israel isola a Faixa de Gaza.

O Ministério da Saúde da Palestina em Gaza confirmou que as vítimas mortais foram atingidas por balas reais. O Ministério informou também que 207 manifestantes palestinos, incluindo 33 crianças e nove mulheres, sofreram ferimentos diversos. Entre eles, pelo menos 24 foram feridos por balas reais no pescoço ou na cabeça, o que comprova que as forças israelitas usaram força excessiva contra manifestantes desarmados.

Centenas de milhares de palestinos participaram nas manifestações, agitando bandeiras e entoando palavras de ordem enquanto se dirigiam para as zonas orientais da Faixa de Gaza, ao longo da vedação de isolamento.

Em 30 de Março de 1976, a população palestina da Galileia, no Norte de Israel, declarou uma greve geral para protestar contra a expropriação de terras. Neste «Dia da Terra», previa-se protestos pacíficos, mas a jornada foi sangrenta. Seis palestinos, cidadãos de Israel, foram mortos  pelas forças do exército e da polícia de fronteiras do Estado de Israel.

O dia 30 de Março sintetiza de certa maneira a natureza brutal e discriminatória de Israel e a luta dos palestinos pelos seus direitos, e nomeadamente pelo seu direito à terra, fonte de vida e elemento fundamental de enraizamento e identidade. O Dia da Terra passou por isso a ser assinalado de ambos os lados da «linha verde» (fronteira entre Israel e os territórios ocupados em 1967), em sinal de reconhecimento da unidade do povo palestino na luta contra a ocupação e a discriminação impostas pelo Estado sionista, em que a questão da terra ocupa um lugar central.

Após os ataques israelitas de segunda-feira, a sala de operações conjuntas das facções da resistência em Gaza anunciou um acordo de cessar-fogo medidado pelo Egipto. Israel ainda não confirmou o cessar-fogo

A agência Ma'an noticiou que as forças israelitas dispararam mais de 100 mísseis em diferentes áreas da Faixa de Gaza. Os ataques, segundo fontes em Gaza, visaram instalações militares e de treino do Hamas e também edifícios civis. Foi atingido, nomeadamente, o escritório do dirigente do Hamas, Ismail Haniyeh. Ficaram feridos pelo menos oito palestinos.

O ministro dos Negócios Estrangeiros de Israel em exercício, Yisrael Katz, declarou numa entrevista que a ofensiva de segunda-feira é a acção mais ampla empreendida em Gaza desde a agressão israelita de 2014 («Operação Margem Protectora»).

Dois palestinos foram mortos esta sexta-feira por tiros israelitas durante os protestos da junto à vedação com que Israel isola a Faixa de Gaza. Os mortos, baleados em incidentes separados, foram identificados como Nedal ‘Abdel Karim Ahmed Shatat, de 29 anos, e Jihad Munir Khaled Hararah, de 24.

Nesta 51.ª semana das manifestações desarmadas da  Grande Marcha do Retorno, as forças repressivas israelitas também feriram outros 181 palestinos, incluindo 53 menores, cinco mulheres, um paramédico e três jornalistas.

Os soldados israelitas encontravam-se posicionados deitados de bruços e em jipes militares ao longo da vedação, abrindo fogo e disparando bombas de gás lacrimogéneo contra os manifestantes, que não representavam qualquer ameaça iminente ou perigo para a vida dos soldados.

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