Presos palestinos nas prisões israelitas lançam greve da fome por tempo indeterminado

Cerca de 150 presos palestinos encarcerados em prisões israelitas iniciaram na tarde desta segunda-feira uma greve da fome por tempo indeterminado, após o fracasso das negociações com o Serviço Prisional de Israel (IPS) sobre uma série de reclamações dos presos.

Os representantes dos presos anunciaram que, após dias de conversações com o IPS na prisão de Rimon, não foram alcançados resultados, e portanto apelaram a uma greve da fome por tempo indeterminado, que também inclui a recusa de beber água.

Os presos exigiam, nomeadamente: a remoção pelo IPS de todos os dispositivos de interferência de comunicações recentemente instalados em algumas prisões, devido ao seu impacto na saúde dos presos; a autorização de visitas às famílias dos presos de Gaza; a instalação de telefones públicos nas prisões (contrariamente aos presos de delito comum, os presos políticos palestinos estão proibidos de usar telefones públicos); o fim do isolamento dos presos punidos após os recentes protestos nas prisões; o fim das incursões e ataques às celas; a melhoria dos serviços médicos.

A Comissão dos Presos informou que a greve, que começou com 150 presos nas prisões de Ramon e Naqab (Ketziot), se alargará nos próximos dias a presos deoutras cadeias.

O dirigente da Comissão dos Presos, Qadri Abu Bakr, afirmou estar convencido de que o IPS recuou relativamente ao que foi acordado nos últimos dias com os presos em resultado de pressão política relacionada com as eleições legislativas israelitas, que se realizam amanhã. O início da greve estava previsto para para ontem, 7 de Abril, mas o seu início foi suspenso por as negociações parecerem estar a encaminhar-se para um acordo.

Embora os presos já anteriormente tenham realizado greves da fome maciças para exigir melhores condições e tratamento, as greves significaram sempre a recusa de alimentos mas bebendo água com sal para evitar a desidratação. Porém, desta vez a greve também incluirá a recusa da água, o que pode provocar resultados graves num prazo muito curto.

O ministro da Segurança Interna israelita, o extremista Gilad Erdan, anunciou em Janeiro passado e dirigiu pessoalmente nos últimos meses uma campanha para tornar mais dura a vida dos presos, incluindo o racionamento da água e a instalação dos dispositivos de interferência. Recentemente requereu a preparação de hospitais em Israel para receberem presos que vão entrar em greve ao consumo de alimentos e de água, sinal de que as reclamções dos presos não serão atendidas.

Há neste momento 5450 palestinos presos nas cadeias israelitas por resistirem à ocupação israelita, muitos encarcerados há longos anos e até vários condenados a múltiplas penas de prisão perpétua. 

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