Presos políticos palestinos nas cadeias de Israel terminam greve da fome após alcançar acordo

A greve da fome de várias centenas de presos políticos palestinos nas cadeias de Israel terminou nesta segunda-feira, após o Serviço Prisional de Israel (IPS) aceitar  instalar telefones fixos dentro das prisões e libertar os presos que  se encontravam em isolamento. O protesto durou oito dias. 

Qadri Abu Bakr, que dirige a Comissão Palestina dos Presos e ex-Presos, informou que as conversações entre os representantes dos presos e a administração penitenciária, que decorreram durante vários dias na prisão de Ramon, conduziram a um acordo no sentido de instalar telefones públicos nas prisões, permitindo que os presos possam comunicar com as suas famílias três vezes por semana.

A questão das comunicações telefónicas com as famílias é particularmente importante para os presos, muitos deles condenados a longas penas, já que as visitas de familiares são dificultadas. Em primeiro lugar, são necessárias autorizações para entrar em Israel, onde a maioria dos presos palestinos estão encarcerados, em violação da IV Convenção de Genebra, e depois é ainda preciso passar por múltiplos controlos e efectuar longas viagens. Os presos de Gaza estão completamente privados de visitas.

O recurso a telemóveis introduzidos clandestinamente nas prisões revestia-se assim de enorme importância para os presos, que por isso reagiram fortemente à introdução nas cadeias de dispositivos de interferência. A questão destes dispositivos de interferência, que foi a causa directa da rebelião dos presos nas cadeias de Naqab/Negev e Ramon, será discutida depois de serem instalados os telefones públicos.

Abu Bakr declarou que o IPS também acedeu a libertar os presos palestinos do isolamento na prisão de Naqab/Negev e concordou com o retorno a esta prisão dos presos que daí tinham sido transferidos na sequência da incursão repressiva do passado mês de Março. As multas impostas aos presos envolvidos no protesto então ocorrido serão reduzidas quase para metade.

O acordo ocorreu apenas dois dias antes do Dia do Preso Palestino, 17 de Abril, data em que estava previsto que se juntassem à greve mais algumas centenas de presos palestinos em várias cadeias israelitas.

Há neste momento 5450 palestinos presos nas cadeias israelitas por resistirem à ocupação israelita, muitos encarcerados há longos anos e até vários condenados a múltiplas penas de prisão perpétua. 

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