Ocupação, Colonização e Apartheid Israelitas

Israel deve usar a agitação do período da eleição presidencial nos Estados Unidos para anexar colonatos na Margem Ocidental, afirmou em entrevistas na segunda-feira o ministro da Educação israelita, Naftali Bennett, noticia o jornal Jerusalem Post.
«Eu vejo isto como um período de oportunidade para tomar medidas no que respeita ao futuro da Judeia e Samaria» [como Israel designa os territórios palestinos da Margem Ocidental ocupados desde 1967], afirmou à Rádio Israel. Bennett disse que, independentemente de quem entre na Casa Branca, a anexação é algo que tem de acontecer.
Vão no mesmo sentido as afirmações feitas um dia antes por David Friedman, um consultor israelita de Donald Trump, em relação à plataforma do Partido Republicano: «Já não há nenhuma referência a uma solução de dois Estados. Há uma declaração afirmativa de que Israel não é um ocupante com respeito à Judeia e à Samaria.»
O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, exortou a comunidade internacional a fazer de 2017 «o ano internacional para terminar a ocupação por Israel da nossa terra e do nosso povo», no seu discurso desta quinta-feira na 71.ª sessão da Assembleia Geral das Organização das Nações Unidas.
Abbas declarou que 2017 marcará os 50 anos desde que o regime israelita realizou a sua «repugnante» ocupação dos territórios palestinos após a guerra de 1967, apelando à comunidade internacional para que faça mais para alcançar o objectivo há muito perseguido de criar um Estado palestino independente. «Não há nenhuma maneira de derrotar o terrorismo e o extremismo, nenhuma maneira de alcançar a segurança e a estabilidade na nossa região sem pôr fim à ocupação israelita da Palestina e assegurar a liberdade e a independência do povo palestino», afirmou.
Na noite de 16 de Setembro de 1982, milícias falangistas libanesas invadiram os campos de refugiados de Sabra e Chatila, nos arredores de Beirute, com a conivência do exército israelita que, desde Junho, ocupava a capital do Líbano. Durante 40 horas levaram a cabo um hediondo massacre de que resultaram numerosas vítimas palestinas, em grande parte mulheres e crianças. Enquanto os falangistas executavam a sua macabra missão, o exército israelita bloqueava as saídas dos campos para evitar a fuga dos refugiados em pânico e, à noite, iluminava o terreno com foguetes luminosos.
O número exacto de vítimas é difícil de determinar pois, além do milhar de corpos enterrados em valas comuns pela Cruz Vermelha, muitas vítimas ficaram soterradas nas casas derrubadas a buldózer pelas milícias e centenas de palestinos foram por elas levados para destino desconhecido de onde nunca regressaram. Uma estimativa credível aponta para 3500 vítimas.
Em 14 de Setembro, na sessão plenária do Parlamento Europeu em Estrasburgo, deputados do GUE/NGL (grupo confederal da Esquerda Unitária Europeia/Esquerda Verde Nórdica) organizaram uma acção da solidariedade com o Barco das Mulheres para Gaza, informa a ECCP (Coordenação Europeia dos Comités e Associações pela Palestina).
O barco partiu de Barcelona ontem à noite, tencionando chegar a Gaza em 1 de Outubro.
Uma notícia do jornal israelita Haaretz, citada pelo site Middle East Monitor, revela que os dirigentes israelitas usaram a censura militar para ocultar a criação dos primeiros colonatos na Margem Ocidental ocupada.
O Haaretz revela um documento anteriormente classificado, intitulado «Gush Etzion – publicidade», enviado em 19 de Junho de 1969 ao gabinete do ministro israelita dos Negócios Estrangeiros da altura, Abba Eban, cujo assunto era a criação de colonatos civis na zona hoje conhecida como «bloco» Gush Etzion, perto do Belém, em terras ocupadas pretensamente para fins militares.
Os autores do documento indicavam que era imperativo manter secreto o verdadeiro motivo do confisco das terras e evitar «publicidade desnecessária», uma vez que «o confisco para necessidades militares pode ser facilmente defendido de um ponto de vista jurídico», ao passo que «empreendimentos civis são uma coisa completamente diferente».
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, num vídeo divulgado na sexta-feira, rejeitou as críticas à construção de colonatos na Margem Ocidental ocupada, equiparando-as a uma «limpeza étnica» dos judeus.
«A direcção palestina na realidade exige um Estado palestino com uma condição prévia: nenhuns judeus. Há uma frase para isso: chama-se limpeza étnica», disse Netanyahu, após comparar os cidadãos palestinos de Israel aos israelitas judeus que residem na Margem Ocidental ocupada em colonatos considerados ilegais à luz do direito internacional. «Ninguém afirmaria seriamente que os quase dois milhões de árabes que vivem dentro de Israel são um obstáculo à paz. Isso é porque não o são. Pelo contrário. A diversidade de Israel mostra a sua abertura e disposição para a paz», afirmou.
Um jovem palestino foi morto com um tiro na cabeça por forças israelitas em Gaza na sexta-feira, durante protestos ao junto ao campo de refugiados de al-Bureij, perto da fronteira entre o enclave cercado e Israel.
Um porta-voz do Ministério da Saúde palestino identificou o jovem como Abd al-Rahman Ahmad al-Dabbagh, de 16 anos, e confirmou que tinha sido atingido na cabeça.
Testemunhas no local afirmaram que os soldados abriram fogo sobre um grupo de jovens palestinos que se tinham reunido junto à barreira de segurança entre Israel e a Faixa de Gaza.
Num outro incidente na Faixa de Gaza, mais um palestino foi ferido por fogo real durante confrontos perto de Nahal Oz, a leste de al-Shujaiyya.
Forças israelitas mataram a tiro um jovem palestino no campo de refugiados de Shufat, em Jerusalém Oriental ocupada, às primeiras horas de segunda-feira, após realizarem uma invasão do campo.
Mustafa Nimir, de 27 anos, morreu após ser alvejado quando viajava num carro conduzido pelo seu cunhado, Ali Tayser Nimir, de 25 anos, que ficou ferido.
Fontes israelitas citadas pela imprensa alegam que no fim de uma «actividade operacional realizada pela Polícia de Israel e pela Polícia de Fronteiras», o carro em que seguiam as duas vítimas tentou atropelar as forças israelitas.
Segundo dados da organização israelita B'Tselem (Centro de Informação Israelita para os Direitos Humanos nos Territórios Ocupados), desde Janeiro até 31 de Junho de 2016 as autoridades israelitas demoliram 203 habitações nas comunidades palestinas da Margem Ocidental, a que se somam mais 41 em Jerusalém Oriental. Em consequência, 955 pessoas — incluindo 516 menores — ficaram sem abrigo. Segundo a B'Tselem, só no primeiro semestre de 2016 houve mais demolições do que qualquer ano da última década (com excepção de 2013, quando as autoridades demoliram 175 casas).
A política israelita de planeamento e construção na Área C da Margem Ocidental é analisada pela B’Tselem num comunicado publicado no seu sítio na internet, de que citamos algumas passagens.
Segundo uma notícia publicada pelo International Solidarity Movement, em 29 de Agosto forças israelitas do posto de controlo de Salaymeh em Hebron (al-Khalil), na Margem Ocidental ocupada, dispararam gás lacrimogéneo sobre alunos das escolas que tentavam dirigir-se a casa passando pelo posto de controlo altamente militarizado.
Para muitas crianças, o posto de controlo de Salaymeh é incontornável no caminho diário para a escola e de regresso a casa. As crianças que frequentam as escolas e jardins de infância da zona são sujeitas pelas forças israelitas a buscas das pastas, a interrogatórios e a detenção.

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