Ocupação, Colonização e Apartheid Israelitas

Numa gravíssima escalada, soldados israelitas, actuando descaracterizados, penetraram na Faixa de Gaza na noite de domingo num carro civil, levando a cabo uma operação para assassinar um comandante da ala militar do Hamas.

O Hamas informou que o incidente começou quando os ocupantes de um carro em andamento abriram fogo contra um grupo dos seus militantes armados, matando um de seus comandantes. O ataque, cerca das 21h30 locais, ocorreu a leste de Khan Yunis, a três quilómetros da fronteira de Gaza.

As Brigadas Al-Qassam, ala militar do Hamas, confirmaram a morte do comandante Nour Barakah por forças especiais israelitas.

O carro em que seguia a unidade israelita foi imediatamente perseguido por forças da resistência, com uma nutrida troca de tiros. Seis membros das Brigadas Al-Qassam foram mortos, registando-se ainda sete feridos.

As autoridades israelitas aprovaram na semana passada a construção de centenas de novas unidades habitacionais num colonato judaico em Jerusalém Oriental ocupada.

Segundo informa o jornal israelita Haaretz, o Comité Distrital de Jerusalém de Planeamento e Construção aprovou na terça-feira a expansão do colonato ultra-ortodoxo de Ramat Shlomo, em Jerusalém Oriental ocupada. Algumas das 640 novas unidades habitacionais vão ser construídas em terrenos privados palestinos.

Esta decisão em somar-se à aprovação, em finais de Outubro, da construção de mais de 20 000 novas unidades habitacionais no colonato de Maale Adumim, a leste de Jerusalém.

Serão para já iniciadas as obras de 470 unidades habitacionais, ficando as demais pendentes de aprovação dos partidos políticos. Além das unidades habitacionais, no colonato serão construídos edifícios e instituições como sinagogas, escolas e creches judaicas.

O exército israelita matou hoje um palestino e feriu outros 37 perto da vedação com que Israel isola a Faixa de Gaza, na 33.ª sexta-feira consecutiva das manifestações desarmadas da Grande Marcha do Retorno.

O Ministério da Saúde da Faixa de Gaza confirmou a morte de Rami Wael Ishaq Qahman, de 28 anos, após ter sido atingido no pescoço por um atirador de elite israelita, ficando em estado crítico. O Ministério da Saúde confirmou também que 37 pessoas foram feridas com balas reais, incluindo 6 crianças e 9 mulheres.

Aumenta assim para 221 o número de mortos vítimas da repressão israelita desde o início da Grande Marcha do Retorno, em 30 de Março, registando-se mais de 24 000 feridos.

As forças de ocupação israelitas prenderam 511 palestinos em Outubro, incluindo 74 menores e 15 mulheres, informaram hoje três grupos de defesa dos presos palestinos.

A Sociedade dos Presos Palestinos (PPS), a Addameer (Associação de Apoio e Direitos Humanos dos Presos) e a Comissão dos Presos publicaram um comunicado conjunto em que pormenorizam por governorados (províncias) o número de presos pelas forças repressivas israelitas nos territórios palestinos ocupados:  91 de Jerusalém, 61 de Ramala, 75 de Hebron, 44 de Jenin, 26 de Belém, 45 de Nablus, 100 de Tulkarm, 28 de Qalqilya, 10 de Tubas, 9 de Salfit, 10 de Jericó e 12 da Faixa de Gaza.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, deu luz verde para a aprovação de um projecto de lei que tornaria mais fácil a pena de morte para «terroristas» palestinos.

O projecto de lei deverá ser discutido no próximo dia 14 de Novembro na comissão de legislação do Knesset (parlamento israelita).

Israel tem em vigor uma lei que permite a pena de morte, mas não é aplicada desde a execução de Adolf Eichmann, em 1962.

A lei actual só permite que os tribunais militares israelitas pronunciem a pena de morte por decisão unânime de um painel de três juízes.

O projecto de lei apresentado em 2017 pelo partido Yisrael Beiteinu, do ministro da Defesa, Avigdor Lieberman, a que Netanyahu deu agora a sua aprovação, permitiria que tribunais israelitas, militares mas também civis, aprovassem a pena de morte por maioria simples. Israel aboliu em 1954 o uso da pena capital por tribunais civis para crimes de assassínio.

Pelo menos 10 palestinos foram hoje feridos pelas forças de ocupação israelitas, quatro deles por balas reais, quando participavam na 15.ª marcha marítima, que faz parte da Grande Marcha do Retorno.

As forças de ocupação abriram fogo de metralhadora e dispararam uma barragem de bombas de gás lacrimogéneo contra os manifestantes pacíficos.

«A Marcha do Retorno não vai parar até que sejam atingidas todas as suas metas, em primeiro lugar o levantamento total do cerco da Faixa de Gaza e o fim do sofrimento de dois milhões de palestinos cercados», sublinhou a comissão organizadora da marcha.

Forças israelitas assaltaram hoje os escritórios do governador palestino de Jerusalém e do  Ministério palestino dos Assuntos de Jerusalém.

Antes de procederem ao assalto, dezenas de soldados fortemente armados isolaram as sedes das duas instituições da Autoridade Palestina, no bairro de Al-Barid, na parte de Jerusalém Oriental ocupada separada do resto da cidade pelo Muro do apartheid.

O ministro, Adnan al-Husseini, informou que as forças israelitas confiscaram documentos e materiais. As autoridades israelitas confirmaram o assalto às instalações, durante o qual ficaram feridos dois empregados palestinos.

Já no passado dia 20 de Outubro as forças de ocupação tinham detido o governador palestino de Jerusalém, Adnan Gheith, que foi libertado dois dias depois.

A Autoridade Palestina tem um ministro para os Assuntos de Jerusalém e um governador da província de Jerusalém, mas Israel proíbe as actividades da Autoridade Palestina na cidade.

Israel matou 32 palestinos — 26 na Faixa de Gaza sitiada e seis na Cisjordânia ocupada — em Outubro, incluindo seis crianças. Outros 2166 foram feridos pelas forças sionistas nos territórios palestinos ocupados.

Os números constam de um relatório do Centro de Pesquisas Abdullah Al-Horani, ligado à Organização de Libertação da Palestina (OLP). Entre os palestinos mortos no mês passado conta-se Wisam Shalaldeh, de 28 anos, que faleceu numa prisão israelita devido a negligência médica.

Segundo o relatório, Israel continua a reter e recusa-se a entregar às suas famílias os corpos de 32 palestinos mortos.

Foram feridos 1916 palestinos na Faixa de Gaza sitiada e outros 250 na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental ocupadas. Além disso, em Outubro os ocupantes israelitas prenderam 525 palestinos na Cisjordânia, em Jerusalém Oriental e na Faixa de Gaza.

Uma criança palestina morreu na manhã de hoje devido a ferimentos sofridos durante a agressão de Israel à Faixa de Gaza em 2014.

O pequeno Mohamed Naser al-Rifi, de 12 anos, tinha estado internado nos últimos quatro anos no Hospital de Reabilitação Al-Wafa.

Em 21 de Agosto de 2014, um avião militar israelita disparou um míssil contra a casa da sua família, na cidade de Gaza. Mohamed sofreu ferimentos graves, em resultado dos quais ficou tetraplégico e a sofrer de outros problemas de saúde.

O míssil israelita matou o seu pai, um irmão e quatro primos.

Segundo o Centro Al-Mezan de Direitos Humanos, os soldados israelitas mataram pelo menos 2218 palestinos, incluindo centenas de crianças, durante a agressão de 2014 contra a Faixa de Gaza (Operação «Margem Protectora»), que durou 51 dias. Dezenas de outras pessoas morreram posteriormente devido aos seus graves ferimentos. 

A escritora palestino-americana Susan Abulhawa foi detida ontem ao chegar ao aeroporto de Tel Aviv, com a intenção de participar num festival literário na Cisjordânia ocupada, e foi hoje deportada de regresso aos Estados Unidos.

Susan Abulhawa, autora nomeadamente do conhecido romance As Madrugadas em Jenin, deveria participar no Festival Palestino de Literatura, a ter lugar de 3 a 7 de Novembro.

Os serviços de fronteiras israelitas alegaram que a escritora deveria ter previamente obtido um visto, porque em 2015 lhe foi negada entrada na Palestina através da Ponte Allenby, controlada por Israel. Normalmente os cidadãos dos EUA estão isentos de visto para entrar em Israel.

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