Incursão israelita em Gaza mata seis palestinos, incluindo um comandante do Hamas

Numa gravíssima escalada, soldados israelitas, actuando descaracterizados, penetraram na Faixa de Gaza na noite de domingo num carro civil, levando a cabo uma operação para assassinar um comandante da ala militar do Hamas.

O Hamas informou que o incidente começou quando os ocupantes de um carro em andamento abriram fogo contra um grupo dos seus militantes armados, matando um de seus comandantes. O ataque, cerca das 21h30 locais, ocorreu a leste de Khan Yunis, a três quilómetros da fronteira de Gaza.

As Brigadas Al-Qassam, ala militar do Hamas, confirmaram a morte do comandante Nour Barakah por forças especiais israelitas.

O carro em que seguia a unidade israelita foi imediatamente perseguido por forças da resistência, com uma nutrida troca de tiros. Seis membros das Brigadas Al-Qassam foram mortos, registando-se ainda sete feridos.

Durante a perseguição, e para facilitar a fuga dos soldados sionistas, aviões israelitas dispararam mais de 40 mísseis na zona.

Ainda na noite de domingo os militares israelitas confirmaram que um oficial foi morto e outro ficou moderadamente ferido durante a operação.

As forças de segurança de Gaza anunciaram um estado de alerta máximo, e a Jihad Islâmica declarou que as suas forças se encontram em prontidão.

Segundo o exército israelita, dez projécteis foram disparados de Gaza contra Israel, pelo menos dois dos quais terão sido interceptados pelo sistema de defesa antimísseis Iron Dome.

Sujeita ao bloqueio israelita há mais de onze anos, a Faixa de Gaza tem sido palco há sete meses consecutivos das grandes manifestações desarmadas da Grande Marcha do Retorno, brutalmente reprimidas por Israel, contando-se já mais de 221 mortos e 24 000 feridos.

No passado Israel recorreu repetidamente ao assassínio selectivo de dirigentes do Hamas. Porém, esta escalada da parte de Israel é de certa forma inesperada, já que ocorre num momento em que, medidado nomeadamente pelo Egipto e pelo Catar, estava a decorrer um processo visando estabelecer um estado de calma entre o Estado sionista e o Hamas, que governa a Faixa de Gaza. Neste momento já com indícios de concretização no terreno, poderia permitir o alívio do bloqueio à e consequentemente dos enormes sofrimentos infligidos pelo Estado sionista aos dois milhões de habitantes da Faixa de Gaza. 

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