Solidariedade em Portugal

Centenas de pessoas juntaram-se nesta sexta-feira, 6 de Dezembro, no Largo de Camões, em Lisboa, num protesto contra a visita a Portugal de Benjamin Netanyahu e Michael Pompeo. Condenaram também a sua recepção, humilhante para Portugal, pelo primeiro-ministro e pelo ministro dos Negócios Estrangeiros.

Netanyahu e Pompeo são dois dos mais destacados protagonistas da política de sistemática barbárie, guerra, massacres e violação da legalidade internacional e das resoluções da ONU relativas à questão palestina.

Segundo as suas próprias declarações, vieram a Portugal para discutir as formas de incrementar a ingerência e agressão contra o Irão, levantando o espectro de mais uma mortífera e destrutiva guerra na região, após as que já destruíram o Afeganistão, o Irão, a Líbia, a Síria, o Iémene e outros países.

Vieram a Portugal para, nas palavras de Netanyahu, preparar a anexação por Israel do Vale do Jordão, na Cisjordânia palestina ocupada.

Em cooperação com o MPPM, a Universidade Popular do Porto (UPP) promoveu, em 28 de Novembro, uma sessão de apoio ao povo palestino, associando-se deste modo à celebração do dia 29 de Novembro, Dia Internacional de Solidariedade com o Povo Palestino.

Após uma intervenção inicial de José António Gomes, professor do ensino superior e membro da direção do MPPM, o debate — em que participaram mais de duas dezenas de pessoas, incluindo também testemunhos vivenciais da jovem palestina Nur Rabah Latif, que estuda no Porto — centrou-se em aspectos históricos e de actualidade e na necessidade de promover o esclarecimento e uma acção solidária sem esmorecimento com a luta do povo palestino.

A UPP esteve representada pelo Presidente da Direcção, Sérgio Vinagre.

Por iniciativa do MPPM, com a cooperação da Casa do Alentejo que, uma vez mais, cedeu as suas instalações, assinalou-se ontem o Dia Internacional de Solidariedade com o Povo Palestino numa sessão em que intervieram o Embaixador da Palestina, Nabil Abuznaid, Carlos Almeida, Vice-Presidente do MPPM, Solange Pereira, Presidente Nacional da Juventude Operária Católica, e José Goulão, jornalista especializado em política do Médio Oriente.

Solange Pereira centrou a sua intervenção na problemática dos migrantes e refugiados, vítimas de guerras, agressões e exploração económica, refutando os preconceitos de que frequentemente são objecto nos países de acolhimento. Apelou à solidariedade com estas populações, referindo que a própria igreja católica tem um exemplo a dar. Numa nota complementar, Carlos Almeida referiu que, ainda hoje, os palestinos constituem a maior e mais antiga comunidade de refugiados do mundo.

Integrado nas Jornadas de Solidariedade com a Palestina 2019 o MPPM promoveu o tradicional Jantar Palestino que reuniu no Grupo Sportivo Adicense  uma centena de pessoas e contou com a presença do Embaixador da Palestina, Nabil Abuznaid, e da Presidente do MPPM, Maria do Céu Guerra.

Os pratos típicos palestinos foram preparados e servidos por «Make Food not War».

Num momento cultural, ouvimos canções palestinas interpretadas por Hanneen Abualsoud e um poema de Mahmoud Darwich dito por Maria do Céu Guerra.

Em breves apontamentos o Embaixador da Palestina e Raul Ramires (MPPM) destacaram a importância da cultura e da solidariedade internacional no apoio à luta do povo palestino.

Nascido em 24 de Agosto de 1928, Yasser Arafat foi um dos fundadores do movimento Fatah, que liderou de 1959 a 2004. Foi Presidente da Organização de Libertação da Palestina (OLP) de 1969 a 2004 e Presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP) de 1994 a 2004.

Arafat passou os últimos anos de vida cercado por forças israelitas no complexo presidencial palestino, a Muqata, e veio a morrer num hospital militar francês em 11 de Novembro de 2004, com 75 anos. Os médicos não indicaram uma causa específica de morte, pairando a suspeita de que foi envenenado pelos serviços secretos de Israel.

Foto: Expresso. Yasser Arafat em Lisboa em 1979, por ocasião da Conferência Mundial de Solidariedade com o Povo Árabe e a sua Causa Central: a Palestina. Arafat está ladeado pelo militante da paz e da solidariedade Silas Cerqueira (à sua direita) e pelo marechal Costa Gomes, ex-presidente da República de Portugal.

A série áudio-documental Palestina, histórias de um país ocupado, de Ricardo Esteves Ribeiro, foi a vencedora do prémio Gazeta Revelação 2018, uma das categorias dos mais importantes prémios do jornalismo português. 
 
«O trabalho, gravado entre Ramallah, Hebron, Belém e Jerusalém, dá voz a quem resiste à ocupação israelita, com a indispensável contextualização histórica», diz o comunicado do Clube dos Jornalistas, entidade responsável pelos prémios.
 
A reportagem distinguida foi publicada em seis episódios, entre 15 de Maio de 2018 e 2 de Agosto de 2018, na plataforma digital Fumaça.
 

«O nosso povo não vai desistir, vai resistir, e tem o povo português a seu lado», garantiu Nabil Abuznaid, Embaixador da Palestina, na sessão com que o MPPM assinalou o 71.º aniversário da Nakba palestina e que encheu por completo a vasta sala da Casa do Alentejo.

Deolinda Machado, dirigente da CGTP-IN e da LOC-MTC, destacou as guerras e ameaças à paz e as suas consequências para os trabalhadores e restantes populações, levando-as a engrossar as correntes de migrantes.

A última intervenção pertenceu a Jorge Cadima, da Direcção Nacional do MPPM, que frisou que, sete décadas passadas, a Nakba continua e que uma nova limpeza étnica dos palestinos pode estar no horizonte.

«Vemos, ouvimos e lemos, não podemos ignorar», recordou-nos Francisco Fanhais, que se associou a este evento partilhando com a assistência algumas canções do seu reportório.

Em 1948, uma nova era se abre na região do Levante. É fundado o Estado de Israel, e desde o momento da sua criação ameaçará a estabilidade e a paz na região.

A fundação de Israel, descrita no primeiro artigo desta série, é desde logo uma operação belicista. Israel nasce com a ocupação de 78% da Palestina histórica (quando o plano de partição da ONU lhe atribuía 55%) e com a limpeza étnica de mais de metade da população palestina autóctone.

O carácter colonial do empreendimento sionista em terra árabe gozará da simpatia e apoio político e militar das potências ocidentais. Israel retribui assumindo-se como ponta-de-lança dos interesses dessas mesmas potências na região.

O MPPM participou no grande desfile organizado pela CGTP-IN, entre o Martim Moniz e a Alameda Afonso Henriques, em Lisboa, reclamando liberdade e independência para a Palestina e paz para o Médio Oriente.

A associação do MPPM à manifestação organizada pela CGTP-IN traduz o reconhecimento pelo intenso e valioso trabalho desenvolvido pela central sindical, pelas organizações nela filiadas e pelos trabalhadores seus associados, na solidariedade com os trabalhadores e com o povo da Palestina.

Na Alameda, o MPPM montou um stand com informação sobre a questão palestina. Em particular destaque, um painel ilustrava a perda de território palestino ao longo do século XX, fruto das sucessivas apropriações sionistas, pelo terrorismo e pela guerra.

O MPPM esteve na Avenida para reafirmar a fidelidade aos valores de Abril. Para alertar que a luta pela defesa da democracia e da liberdade não permite tréguas. Para recordar que a Revolução dos Cravos devolveu a Portugal um papel no concerto das nações que não tolera abdicações de soberania. Para dizer, com Nelson Mandela, que «a nossa liberdade é incompleta sem a liberdade dos Palestinos».

Por isso, reclamámos uma Palestina livre e independente. Reclamámos o fim da ocupação. Reclamámos liberdade para os presos políticos palestinos nas prisões de Israel.

E gritámos: Palestina vencerá!

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