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O MPPM denuncia a excepcional gravidade da lei «Israel como Estado-Nação do Povo Judeu», aprovada pelo parlamento israelita (Knesset) na madrugada de 19 de Julho. Esta «lei básica», ou seja, de natureza constitucional, confirma o carácter confessional e segregacionista do Estado de Israel, sublinhando a desigualdade dos cidadãos árabes palestinos relativamente aos cidadãos judeus.
 
A lei prescreve que «o Estado de Israel é o lar nacional do povo judeu» e que «o direito de exercer a autodeterminação nacional no Estado de Israel é exclusivo do povo judeu». O conjunto dos judeus do mundo inteiro, mesmo não residindo em Israel nem sendo cidadãos deste país, goza assim de direitos que são negados aos cerca de 20% da população do país – nas fronteiras do armistício de 1949 – que são os seus cidadãos árabes palestinos, ou seja, os descendentes da parte da população originária palestina que não foi expulsa em 1948.
 
Sujeito ao bloqueio israelita (com a colaboração do Egipto) desde 2007, o pequeno território palestino, onde dois milhões de pessoas vivem em apenas 365 km2, atravessa uma crise humanitária cada vez mais profunda. Quase 80% da população é forçada a contar com a assistência humanitária para cobrir suas necessidades básicas, incluindo alimentos, e a taxa de desemprego é de 49%.
 
Os ataques aéreos e o encerramento do posto de passagem são uma retaliação, afirma Israel, pelos papagaios-de-papel que provocaram incêndios em algumas áreas de Israel adjacentes a Gaza, sem, no entanto, causarem quaisquer vítimas. Argumento risível, tão grande é a desproporção de meios relativamente ao sofisticado armamento que Israel não hesita em empregar.
 
Esta punição colectiva, aplicada a toda a população da Faixa de Gaza, constitui um crime de guerra à luz do direito humanitário internacional e é interdita nomeadamente pela IV Convenção de Genebra.
Neste dia em que França e Croácia disputaram a final do Campeonato do Mundo de Futebol, imagine-se que Kylian Mbappé, o influente jogador francês, tinha sido atingido numa perna ao regressar a casa depois de um treino.
Ou que Luka Modric, o mais talentoso jogador croata, tinha sido detido e encarcerado sem acusação enquanto viajava para se juntar à sua equipa.
Estes cenários imaginados, replicam as histórias de Jawhar Nasser Jawhar e Mahmoud Sarsak, dois futebolistas palestinos cujas carreiras foram cortadas cerce pela ocupação israelita.
Esta infografia de «Visualizing Palestine» ilustra os casos destes e outros futebolistas palestinos afectados pelas violações de direitos humanos praticadas por Israel. «Visualizing Palestine» disponibiliza um ficheiro com informações relativas a violações de direitos humanos documentadas cometidas sobre 56 jogadores palestinos aqui.

Israel lançou neste sábado os seus maiores ataques aéreos contra a Faixa de Gaza desde a guerra de 2014. Segundo o diário israelita Haaretz, os militares do Estado sionista atingiram mais de 40 alvos do Hamas em toda a Faixa de Gaza no espaço de 24 horas.
Foram mortos dois rapazes palestinos, de 15 e 16 anos, ficando feridas outras 12 pessoas, quando aviões militares israelitas bombardearam um prédio vazio na cidade de Gaza na noite de sábado.
«As forças armadas israelitas desferiram o golpe mais forte contra o Hamas desde [a guerra de Gaza em 2014] e vamos aumentar a intensidade dos nossos ataques conforme necessário», declarou Netanyahu num vídeo.
Em resposta, na madrugada de sábado a resistência palestina disparou mais de 190 rockets e morteiros contra postos militares e povoações israelitas em redor da Faixa de Gaza, 37 dos quais foram interceptados pelo sistema de defesa antimísseis israelita Iron Dome.

As forças israelitas mataram hoje, sexta-feira, um adolescente palestino na Faixa de Gaza, quando participava numa manifestação desarmada da Grande Marcha do Retorno, que se iniciou há mais de 100 dias.
O Ministério da Saúde de Gaza identificou o rapaz assassinado como Othman Rami Heles, de 15 anos, acrescentando que ele tinha sido morto a tiro por atiradores especiais israelitas que guardam a vedação com que Israel isola a Faixa de Gaza.
Segundo o ministério, às 19h locais registavam-se ainda 68 manifestantes feridos pelas forças israelitas, que dispararam balas reais e granadas de gás lacrimogéneo.
Cerca de 30.000 manifestantes terão participado nos protestos, que se realizaram em cinco locais ao longo da vedação de isolamento da Faixa de Gaza. As manifestações de hoje tiveram lugar sob o signo da solidariedade com os habitantes de Khan al-Ahmar, uma aldeia beduína da Cisjordânia que Israel quer demolir totalmente.

O Senado da Irlanda aprovou hoje, 11 de Julho, um projecto de lei que proíbe a importação de produtos dos colonatos israelitas nos territórios palestinos ocupados.
Aprovado por 25 votos a favor, 20 contra e 14 abstenções, o Projecto de Lei de Controlo de Actividades Económicas (Territórios Ocupados) proíbe «a importação e venda de bens, serviços e recursos naturais originários de colonatos ilegais em territórios ocupados». A medida legislativa, a que o governo irlandês se opôs, foi apresentada pela senadora independente Frances Black e mereceu o apoio de outros senadores independentes e ainda de senadores do Fianna Fáil, Sinn Féin e Verdes.
Após esta aprovação na câmara alta do parlamento irlandês, o Seanad, o projecto terá ainda de passar por outras votações no Seanad e depois na câmara baixa antes de se converter em lei.

Israel anunciou o encerramento, a partir de terça-feira 10 de Julho, do posto de Kerem Shalom/Karam Abu Salem, a única passagem de mercadorias para a Faixa de Gaza.
Esta medida vai apertar ainda mais o bloqueio imposto há mais de onze anos ao pequeno enclave palestino. A partir de agora não é permitida nenhuma exportação da Faixa de Gaza e apenas aí podem entrar produtos e equipamentos «humanitários», o que, segundo o exército israelita, inclui alimentos e medicamentos. Será afectada a importação de mercadorias, principalmente materiais de construção (desesperadamente necessários nomeadamente para reparar os danos causados pelas sucessivas agressões militares israelitas) mas também roupa e produtos químicos, e será igualmente interrompida a escassa exportação de produtos agrícolas de Gaza para o mundo exterior.

O MPPM associou-se a um conjunto de outras organizações portuguesas promovendo um protesto contra a Cimeira da NATO que se vai realizar em Bruxelas em 11 e 12 de Julho com o objectivo de reforçar a capacidade de intervenção belicista desta organização. Na sua adesão a esta iniciativa, o MPPM teve presentes, nomeadamente, as nefastas consequências das intervenções da NATO em países soberanos do Médio Oriente, designadamente no agravamento da instabilidade política na região, no cortejo de morte e destruição, na intensificação do fluxo de refugiados. Por isso, o MPPM desfilou hoje em Lisboa, do Camões ao Rossio, numa manifestação que mobilizou largas centenas de pessoas.

O MPPM condena a anunciada intenção de Israel de expulsar a comunidade palestina beduína de Khan al-Ahmar e demolir as suas estruturas, transferindo compulsivamente os seus habitantes.

A acção israelita configura uma flagrante e grosseira violação do direito internacional, nomeadamente da IV Convenção de Genebra, que proíbe a transferência forçada da população civil de um território ocupado.

A destruição de Khan al-Ahmar faz parte de um quadro mais vasto. Por um lado, trata-se de uma das comunidades palestinas que Israel quer expulsar do chamado Corredor E1, o qual permitiria estabelecer uma continuidade territorial entre Jerusalém e Ma’ale Adumim, o maior dos colonatos israelitas ilegais na Cisjordânia ocupada, com 40.000 habitantes.

Um manifestante palestino foi morto e pelo menos 396 pessoas foram feridas pelas forças israelitas que atacaram os participantes na 15.ª sexta-feira consecutiva dos protestos não violentos da Grande Marcha do Retorno, junto à vedação de arame farpado com que Israel isola a Faixa de Gaza.
Mohammad Jamal Abu Halima, de 22 anos, foi morto por fogo de artilharia que visou a multidão de manifestantes.
Segundo fontes médicas, pelo menos 396 manifestantes palestinos foram feridos por balas reais ou sofreram sufocações devido à inalação de gás lacrimogéneo. Foram internadas em hospitais 119 pessoas, incluindo 57 casos de ferimentos por balas. Registaram-se também feridos entre o pessoal de saúde e jornalistas.

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