Puma cúmplice da colonização israelita da Palestina

O fabricante de equipamento desportivo Puma persiste em manter o seu patrocínio à Associação de Futebol de Israel que tem entre os seus membros seis clubes que têm a sua sede e jogam em colonatos construídos por Israel na Cisjordânia ocupada. Ainda que estes clubes estejam localizados em território palestino ocupado, os palestinos não têm acesso aos campos para jogar, treinar ou sequer assistir aos jogos. Israel impõe, também, restrições à movimentação de jogadores palestinos, como ainda recentemente obrigou ao cancelamento da final da Taça da Palestina por não autorizar a deslocação dos jogadores do clube de Gaza

A Puma sabe que, desde que, em 1967, ocupou militarmente a Cisjordânia (além da Faixa de Gaza, de Jerusalém Oriental e dos Montes Golã sírios), Israel tem desenvolvido uma política de facto consumado nos territórios ocupados, nomeadamente, através da construção de colonatos e que os colonatos são ilegais à luz do direito internacional humanitário (IV Convenção de Genebra) que proíbe uma potência ocupante de alterar demograficamente o território ocupado ou de aí efectuar construções permanentes.

A Puma sabe que os colonatos israelitas na Cisjordânia contribuem para graves violações de direitos humanos: limitam a liberdade de movimentos dos palestinos, privam-nos do acesso às suas terras e aos seus recursos naturais, restringem a sua capacidade de desenvolver uma actividade económica ou de construir as suas habitações, além de os sujeitar à continuada violência dos colonos.

A Puma, no seu Código de Ética, assume um compromisso com os direitos humanos e a responsabilidade social onde quer que actue. Também como subscritora do Pacto Global das Nações Unidas a Puma tem a obrigação de assegurar que não é cúmplice de violações de direitos humanos. No entanto, ao assumir o patrocínio do futebol israelita, a Puma está a pactuar com as violações de direitos humanos por Israel, incluindo contra futebolistas palestinos. Os jogadores palestinos são constantemente atacados, presos e mortos. Não têm liberdade de circulação para se dirigir aos seus próprios jogos. Os estádios palestinos foram bombardeados e destruídos. Israel interdita a importação de equipamento e a construção de instalações desportivas pelos palestinos.

A Puma, para ser coerente com a sua política, devia seguir o exemplo da Adidas que, em Julho de 2018, retirou o seu apoio à Associação de Futebol de Israel. Até lá, cabe aos amantes da paz e defensores dos direitos humanos, solidários com a causa do povo palestino, fazer sentir à Puma que está a fazer a escolha errada.

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