Palestino detido em prisão israelita morre devido a negligência médica, denuncia a Sociedade dos Presos Palestinos

O preso palestino Sami al-Amour, detido nas prisões israelitas há 13 anos, morreu ontem no que os grupos palestinos de direitos humanos consideram ser o resultado de negligência médica por parte das autoridades prisionais israelitas.

A Sociedade dos Presos Palestinos (SPP) disse num comunicado de imprensa que Sami al-Amour, de 39 anos, de Deir Al-Balah. na Faixa de Gaza, morreu ontem em resultado de negligência médica sistemática intencional enquanto se encontrava detido.

A SPP acrescentou que al-Amour foi detido em 2008 e condenado a 19 anos de prisão, durante os quais lhe foram negadas visitas familiares. Sofria de doença cardíaca congénita, mas a negligência médica deliberada israelita e as duras condições de detenção causaram uma grave deterioração da sua saúde.

Foi transferido há vários dias da prisão de Nafha para a prisão de Asqalan, antes de ser transferido para o Centro Médico Soroka, em Beersheba, onde foi submetido a duas cirurgias antes de ser declarado morto.

A SPP considerou as autoridades de ocupação israelitas totalmente responsáveis pela morte de al-Amour, uma vez que o Serviço Prisional Israelita mantém uma política sistemática de negligência médica contra os prisioneiros palestinos, a mesma política que causou a morte de outros prisioneiros, em particular Hussein Masalma e  Kamal Abu Wa'er.

A SPP Instou grupos legais e de direitos humanos a tomarem medidas sérias e imediatas para assegurar a libertação de todos os palestinos enfermos das prisões israelitas e assegurar que os prisioneiros recebam tratamento médico adequado.

O Centro Palestino de Direitos Humanos, em Gaza, considerou «o governo israelita totalmente responsável» pela morte de Al-Amour, acrescentando que este acontecimento «revela as medidas desumanas empregadas contra [os presos palestinos], particularmente a negligência médica e a retenção dos tratamentos necessários para centenas de pacientes, especialmente aqueles com doenças crónicas e graves».

Por sua vez, o Hamas disse que a morte de Al-Amour foi «um crime israelita contra a humanidade e uma violação de todos os valores e leis internacionais». acrescentando que Al-Amour tinha sido privado do seu direito a cuidados médicos adequados.

A morte de Al-Amour eleva para 227 o número total de prisioneiros que morreram nas prisões israelitas desde o início da ocupação israelita da Cisjordânia e Gaza em Junho de 1967, incluindo 72 prisioneiros que morreram devido a negligência médica. O Serviço Prisional Israelita continua a reter os corpos de sete prisioneiros.

Segundo a Addameer, 4650 palestinos, incluindo 34 mulheres e 160 menores, estão actualmente retidos nas instalações de detenção israelitas, estando 500 sob detenção administrativa.


Foto: A mãe de Sami Al-Amour chora morte do filho (Ashraf Amra / ApaImages)

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