Israel recusa-se a libertar Khalida Jarrar para assistir ao funeral da filha

As autoridades israelitas recusaram-se a libertar a deputada e dirigente política palestina Khalida Jarrar para assistir ao funeral da sua filha Suha.

Suha Ghassan Jarrar, de 31 anos, investigadora e activista da organização palestina de direitos humanos Al-Haq, morreu de ataque cardíaco na sua casa em Ramala, no domingo à noite.

Grupos de direitos humanos, bem como deputados árabes israelitas, tinham pedido ao Ministro da Segurança Pública israelita, Omer Barlev, que concedesse a Khalida Jarrar uma licença para assistir ao funeral da sua filha.

No mesmo sentido, o Major-General Qadri Abu Bakr, da Comissão Palestina para os Assuntos dos Prisioneiros, tinha pedido a intervenção do Comité Internacional da Cruz Vermelha e a Al-Haq tinha enviado um apelo urgente às Nações Unidas.

Num obituário, a Al-Haq disse que Suha era «uma acérrima defensora dos direitos do povo palestino à autodeterminação, liberdade e dignidade».

Khalida Jarrar foi detida na sua casa em Ramala, em 31 de Outubro de 2019, e condenada a dois anos de prisão acusada de «incitar à violência» e de pertencer a uma «organização proibida», a Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP), a segunda maior força integrante da OLP – Organização para a Libertação da Palestina.

A dirigente política, de 58 anos, foi detida inúmeras vezes e mantida em detenção administrativa, um procedimento israelita sob a qual palestinos da Cisjordânia e da Faixa de Gaza são detidos sem culpa formada ou julgamento por um período de até seis meses, prorrogáveis indefinidamente.

Khalida Jarrar foi detida pela primeira vez em 1989 e esteve presa durante um mês sem julgamento. Na sua segunda detenção, em 2014, foi condenada a 15 meses de prisão. Foi finalmente libertada em Fevereiro de 2019, antes de ser novamente presa nove meses mais tarde.


Foto: Funeral de Suha Ghassan Jarrar, em 13 de Julho de 2021, em Ramala (Mustafa Abu Dayyeh / WAFA)

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