Hamas diz-se pronto para reconciliação com Fatah

O Hamas (Movimento Islâmico de Resistência), anunciou hoje, 17 de Setembro, que dissolveu o comité administrativo na Faixa de Gaza. Numa breve nota de imprensa, o Hamas apelou ao governo da Autoridade Palestina, dirigido por Rami al-Hamdallah, para que fosse imediatamente para Gaza e assumisse as suas responsabilidades.
O Hamas declarou também que aceitava a realização de eleições gerais palestinas e anunciou a sua disponibilidade para responder ao convite egípcio para um diálogo com o movimento Fatah para executar o acordo do Cairo de 2011 e seus anexos, como prelúdio para a formação de um governo de unidade nacional com a participação de outras facções.
O movimento islâmico declarou que as suas decisões foram tomadas em resposta aos esforços egípcios para acabar com a divisão palestina.
Desde há mais de uma semana, uma delegação de alto nível do Hamas, dirigida por Ismail Haniyeh, chefe de seu Bureau Político, e incluindo Yahiya Sinwar, chefe do Hamas na Faixa de Gaza, vem mantendo conversações no Cairo, sob os auspícios do ministro egípcio dos Serviços de Informações, Khaled Fawzi.
Em resposta ao Hamas, um dirigente da Fatah, Azzam al-Ahmad, falou de uma reunião futura entre as duas partes, seguida de uma reunião ampliada com outras facções palestinas, com o objectivo de discutir um documento sobre a reconciliação.
A Frente Popular para a Libertação da Palestina saudou a decisão do Hamas como um passo no sentido de ultrapassar a divisão e apelou à continuação da preparação da reunião do Conselho Nacional Palestino, instância dirigente da OLP, representando todos os palestinos, dentro e fora dos territórios ocupados.
O movimento islâmico Hamas dirige a Faixa de Gaza desde que em 2007 daí expulsou a Autoridade Palestina, controlada pela Fatah, do presidente palestino Mahmoud Abbas, depois de ter ganhado as eleições gerais em 2006. Todos os esforços para reconciliar os dois grupos rivais e formar um governo de unidade nacional fracassaram até agora. O Hamas tem sido enfraquecido por 10 anos de bloqueio israelita e pela deterioração das suas relações com o Egipto.
A crise humanitária em Gaza também foi agravada pelas restrições impostas nos últimos pela Autoridade Palestina para pressionar o Hamas. Segundo a ONU, o pequeno enclave, um dos mais densamente povoados do mundo (2 milhões de habitantes), pode tornar-se «inabitável» em 2020.
 
Print Friendly, PDF & Email
Share