Final da Taça da Palestina adiada porque Israel não autorizou viagem de equipa de Gaza

A final da Taça da Palestina, que deveria disputar-se na Cisjordânia ocupada nesta quarta-feira, teve de ser adiada porque Israel negou a autorização de viagem aos jogadores de Gaza.
 
A segunda mão da final entre o Balata FC e Khadamat Rafah, vencedores das ligas da Cisjordânia e da Faixa de Gaza, não se pôde realizar na data marcada por «flagrante intervenção das autoridades de ocupação israelitas para negar aos palestinos o seu direito básico de jogar futebol», denunciou em comunicado a Associação de Futebol da Palestina.
 
«Os preparativos para a final da Taça da Palestina, que é uma das duas principais competições oficiais da Palestina», prossegue o comunicado, «foram finalizados há alguns dias, mas as autoridades de ocupação israelitas continuam a negar autorizações de entrada à delegação do Khadamat Rafah, sob o conveniente pretexto de "razões de segurança".» 
 
A equipa do Khadamat Rafah, com sede em Gaza, solicitou autorização de viagem para a Cisjordânia para 35 pessoas, mas o COGAT, o órgão do Ministério da Defesa de Israel responsável pelos assuntos civis palestinos, concedeu apenas quatro: o presidente e o vice-presidente do clube, um médico e um único jogador.
 
A primeira mão, jogada no domingo em Gaza, terminou em 1-1.
 
A Cisjordânia ocupada e a Faixa de Gaza cercada estão separadas por Israel, e os palestinos que querem viajar entre os dois territórios têm de solicitar autorizações às autoridades israelitas.
 
A competição enfrenta problemas todos os anos por causa das autorizações aos jogadores para saírem da Faixa de Gaza, que Israel mantém sob bloqueio há mais de doze anos. 
 
A taça não se realizou durante 15 anos, em grande parte devido a problemas com as autorizações israelitas, mas foi retomada em 2015 depois da intervenção da FIFA.
 
A Associação de Futebol da Palestina apelou à FIFA e às suas seis confederações que a ajudem a proteger seu direito de jogar futebol, organizar competições nacionais e participar de competições internacionais, tomando medidas efectivas para garantir que na Palestina se possa jogar futebol sem entraves.
 
Mas é sabido que a FIFA não segue as suas próprias regras, já que decidiu não adoptar nenhuma acção contra Israel devido às actividades dos clubes de futebol israelitas baseados em colonatos ilegais no território palestino ocupado.
 
Em mais um sinal de enviesamento a favor de Israel, a recente reunião no Barém em que foi apresentada a parte económica do chamado «acordo do século» dos Estados Unidos, e que foi boicotada pelos palestinos, contou com a participação do presidente da FIFA, Gianni Infantino.
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