Exército israelita planeia expandir controlo militar para zonas de Jerusalém Oriental ocupada

Segundo o diário israelita Haaretz, o exército israelita está a considerar assumir total responsabilidade militar e repressiva em duas zonas de Jerusalém Oriental ocupada.
Embora Israel afirme que toda a cidade de Jerusalém faz parte do seu território e a tenha anexado em 1980, o exército israelita, que tem a missão de controlar os territórios palestinos ocupados, está a examinar a possibilidade de alargar o seu controlo militar e de segurança de modo a incluir áreas de Jerusalém ocupada que estão fisicamente separadas do resto da cidade pelo muro de separação (ou do apartheid), incluindo Kafr Aqab e o campo de refugiados de Shuafat.
As estimativas da população aí residente oscilam entre 100.000 e 150.000. Entre metade e dois terços possuem bilhetes de identidade israelitas azuis e têm estatuto de residência. Como esses bairros ficaram separados de Jerusalém, o município e a polícia fornecem poucos serviços e as condições de vida deterioraram-se significativamente nos últimos anos, observando-se nomeadamente um grande aumento da criminalidade.
O jornal indicou que não está ainda claro se essas áreas permanecerão sob a jurisdição do município israelita de Jerusalém ou se serão formados municípios separados.
Ayman Odeh, presidente da bancada da Lista Conjunta (coligação de partidos palestinos e da esquerda não sionista em Israel) no parlamento israelita condenou o projecto: «O governo de colonos de Netanyahu continua a tomar medidas extremas para impedir qualquer possibilidade de um futuro plano de paz, além de causar enormes prejuízos à vida diária dos palestinos de Jerusalém. É uma medida que visa arrancar 100.000 palestinos de Jerusalém e estilhaçar Jerusalém Oriental em pequenas entidades, constituídas por aldeias e bairros separados.» Além das suas implicações políticas, afirma Ayman Odeh, esta medida também prejudicará pessoas que já vivem em pobreza extrema e com infraestruturas inaceitáveis e para quem Jerusalém Oriental é o centro das suas vidas. Se esta medida se concretizar, a sua situação piorará, haverá famílias despedaçadas e dezenas de milhares de residentes ficarão cortados das suas fontes de sustento.
 
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