Em escalada de agressões à Síria, Israel confirma-se como ameaça à paz no Médio Oriente

Aviões israelitas realizaram ataques contra a Síria na madrugada de segunda-feira, no segundo dia consecutivo de ataques. O ataque israelita durou cerca de uma hora e visou áreas a sul de Damasco. Os mísseis da aviação do regime sionista foram lançados em três vagas a partir do espaço aéreo libanês e do Norte de Israel, e a defesa antiaérea síria terá conseguido abater pelo menos 30 mísseis.

Um comunicado russo afirma que no ataque israelita foram mortos quatro soldados sírios, enquanto outras fontes avançam o número de 11 vítimas mortais.

Já na véspera, domingo, quatro aviões israelitas tinham atacado um aeroporto a sudeste de Damasco. Segundo o Centro de Controlo da Defesa Nacional da Rússia, as defesas aéreas militares sírias derrubaram sete mísseis israelitas. Um rocket da defesa síria foi interceptado pelo sistema Iron Dome israelita sobre o Norte dos Montes Golã, território sírio que Israel ocupa desde 1967.

Num extremo de sobranceria e desfaçatez, Israel afirmou que tinha avisado a Síria antes dos ataques da madrugada de segunda-feira, aconselhando Damasco a não responder. «Nós alertámos os sírios para não dispararem mísseis antiaéreos contra os nossos aviões durante o ataque e ainda assim eles escolheram disparar», declarou o brigadeiro- general Ronen Manelis, porta-voz das forças armadas sionistas. Israel «alerta» que quer agredir sem que os atacados respondam às agressões!

Ainda há relativamente pouco tempo, Israel não confirmava as suas agressões à Síria (nem o apoio aos grupos terroristas actuando neste país árabe). Mas gradualmente alterou a sua posição ambígua, e agora não só as confirma como faz gala disso. Na semana passada, numa entrevista de despedida antes da sua substituição, o chefe de Estado-Maior israelita, tenente-general Gadi Eisenkot, disse que nos últimos anos Israel tinha realizado ataques a milhares de alvos na Síria. E o próprio primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, disse ao seu governo que Israel atacou a Síria «centenas» de vezes nos últimos anos.

No clima de campanha eleitoral que se vive em Irael (haverá eleições antecipadas em 9 de Abril), Netanyahu procurará «dourar» a sua imagem de chefe duro com os inimigos — e fazer esquecer os casos de corrupção em que está atolado. Também por essa razão, infelizmente é expectável que prossigam as agressões.

Entretanto, os movimentos da resistência palestina condenaram os ataques. O porta-voz do Hamas declarou o movimento «condena a flagrante agressão israelita à Síria, que prova que a ocupação israelita é o arqui-inimigo das nações árabes e islâmicas». Por seu turno, a Frente Democrática para a Libertação da Palestina emitiu um comunicado afirmando que os ataques visaram «distrair a Síria da sua luta contra o terrorismo e dos seus esforços para restaurar sua plena soberania».

Com o persistente apoio dos Estados Unidos, Israel — a única potência nuclear do Médio Oirente — arroga-se o direito de atacar países e povos que apoiam a luta do povo palestino e que se opõem à sua criminosa política de ocupação e à hegemonia imperial na região. O regime sionista — mais uma vez se evidencia — é uma ameaça à paz e desempenha um perigoso papel desestabilizador na explosiva região do Médio Oriente.

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