Depois de Tiago Rodrigues, Shakira: cresce número de artistas que recusam actuar em Israel

Tiago Rodrigues
A cantora colombiana Shakira não vai actuar em Tel Aviv este ano, correspondendo ao apelo que lhe foi dirigido numa carta subscrita por autarquias e dezenas de organizações culturais palestinas [https://bdsmovement.net/Shakira]. 
A decisão de Shakira surge poucos dias depois de o actor, encenador e dramaturgo português Tiago Rodrigues, director do Teatro Nacional Dona Maria II, ter cancelado a sua participação no Israel Festival, em Jerusalém, que deveria acontecer nos próximos dias 4 e 5 de Junho. 
A corajosa tomada de posição de Tiago Rodrigues é explicada numa declaração publicada em 17 de Maio na sua página no Facebook [https://www.facebook.com/tiago.rodrigues.986227/posts/10216429282072893], em que afirma: 
«… a organização do festival anuncia com grande destaque o apoio de vários ramos do governo israelita, mas mantém silêncio no que toca aos inaceitáveis atos de violência ordenados por esse mesmo governo contra o povo palestiniano. Considerando o aumento da quantidade de vítimas nos últimos meses, assim como o massacre de dezenas de civis pelas forças armadas israelitas (além de mais de dois mil feridos, entre os quais centenas de crianças palestinianas) durante os recentes protestos contra a abertura da embaixada dos EUA em Jerusalém, esta omissão é profundamente perturbante e não posso aceitá-la.
«Decidi não apresentar o meu espetáculo no Israel Festival em Junho porque acredito que é a única forma de garantir que o meu trabalho artístico não servirá para justificar ou apoiar um governo que comete deliberadas violações dos direitos humanos e está atualmente a atacar violentamente o povo palestiniano. […] Também testemunho a terrível e violenta conduta do governo israelita neste momento. Compreendo agora que é imperativo tomar uma posição clara. Assim, decidi não apenas cancelar a minha presença no Israel Festival mas também aderir ao movimento de boicote cultural a Israel, na convicção de que a pressão global e colectiva poderá produzir resultados semelhantes aos do boicote à África do Sul durante o apartheid.»
Tem vindo a crescer a lista de artistas de renome internacional que não actuam em Israel para não pactuar com a opressão do povo palestino pelo regime sionista. Entre os exemplos mais recentes contam-se nomes como Lorde, Natalie Portman e Gilberto Gil.
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