Colonos em quarentena do Covid-19 atacam campistas palestinos e incendeiam os seus carros

Jovens colonos israelitas alojados numa instalação militar de quarentena para o coronavírus atacaram campistas palestinos na Cisjordânia e incendiaram os seus carros. O incidente teve lugar na noite de segunda-feira, perto do Mar Morto, no Sul da Cisjordânia ocupada. Os palestinos eram dois homens da cidade de Jenin, na Cisjordânia, e uma mulher da cidade israelita de Haifa, e estavam acampados perto do complexo de quarentena. Os colonos começaram por lhes atirar pedras, depois lançaram-lhes gás pimenta e, por fim, pegaram fogo aos seus carros.

Os colonos são originários do colonato de Yitzhar, a sul de Nablus, conhecido pela violência dos seus colonos e apelidado de «incubadora da violência dos colonos israelitas». Ainda no mês passado, os moradores do colonato atiraram três bombas incendiárias contra um veículo da polícia de fronteira.

Um oficial de segurança israelita, citado pela agência noticiosa israelita Walla, reconheceu que «o incidente é mais uma prova de que os chamados «jovens do topo da colina», um termo israelita para jovens colonos da linha dura, são «um grupo violento, extremista e racista que semeia o terror onde quer que vá.» A polícia afirmou ter aberto uma investigação, embora não tenham sido efectuadas detenções - uma ocorrência comum quando se trata da violência dos colonos contra os palestinos.

Os ataques dos colonos contra os palestinos aumentaram no meio da crise da COVID-19, segundo um relatório divulgado no início de Abril pelo Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação dos Assuntos Humanitários nos Territórios Palestinos Ocupados.

Durante as últimas duas semanas de Março, pelo menos 16 ataques de colonos israelitas resultaram em cinco feridos palestinos e em extensos danos materiais. «Isto representa um aumento de 78% em relação à média quinzenal de incidentes desde o início de 2020», lê-se no relatório.

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