Ao fim de um ano sem a voz de José Saramago, o MPPM evoca com sentida emoção o seu legado sempre presente na luta pela liberdade e contra a guerra no Médio Oriente

COMUNICADO 03/2011
Há um ano éramos atingidos — o MPPM e, sobretudo, a sua grande causa e razão de ser, a Palestina — pela perda física da voz do mais eminente dos nossos fundadores, José Saramago.
Esta é uma evocação sentida e homenagem à sua memória.
 
A voz de Saramago — de alcance mundial pela arte da palavra, a clarividência do pensamento e o desassombro das posições — há muito se fazia ouvir em prol de duas maiores e incindíveis causas da humanidade; a libertação e a paz.
 
Saramago sempre quis juntar a sua voz lúcida, calorosa, firme, à de outros portugueses em iniciativas que abriram caminho ao MPPM — Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente — e, sobretudo, em defesa da vida e do futuro do povo palestino, heróico e mártir.
 
Foi assim com o abaixo-assinado «Não ao Muro de Sharon» (2004); com o documento fundador do MPPM (2005), em que se condenava «a imposição, pela força, de soluções unilaterais, todas as formas de terrorismo, tanto o terrorismo de estado como qualquer outro, todas as ocupações militares ilegítimas»; com o apelo contra a agressão israelita ao Líbano e a guerra (2006); com a moção de repúdio aos 40 anos de ocupação da Margem Ocidental do Jordão depois da Guerra dos Seis Dias (2007); com a denúncia da invasão israelita da Faixa de Gaza (2008) e com tantas outras iniciativas.
 
Com real emoção evocamos estas, entre inúmeras contribuições de uma vida tão plena de solidariedade e criatividade como foi a de José Saramago, para que, em Portugal e no Mundo, fosse mais bem defendida e tivesse a maior projecção a justíssima causa dos direitos inalienáveis do povo palestino e da paz no Médio Oriente.
 
Hoje, mais do que nunca, o exemplo, a lição, a obra e o legado de José Saramago são da maior actualidade e exigência. Ele vive e viverá na continuidade da sua — e nossa — luta pela libertação do povo palestino, por uma humanidade liberta da opressão, por um mundo em paz.
Lisboa, 18 de Junho de 2011
A Direcção Nacional do MPPM
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