25 organizações portuguesas manifestam solidariedade com os presos palestinos em greve da fome

Por iniciativa do MPPM, 25 organizações portuguesas subscreveram uma declaração de solidariedade com os presos palestinos em greve da fome, que assinala hoje o seu 39.º dia. É o seguinte o texto integral:
SOLIDARIEDADE COM OS PRESOS PALESTINOS EM GREVE DA FOME NOS CÁRCERES DE ISRAEL
Cerca de 1500 palestinos encarcerados nas prisões de Israel por resistirem à ocupação e à repressão lançaram no dia 17 de Abril uma greve da fome designada «greve da liberdade e dignidade».
A greve da fome é uma medida extrema: privados de outros meios de protesto, os presos usam o seu próprio corpo, põem em risco a sua própria vida para reclamar a melhoria das suas condições e a sua libertação.
Os presos em greve da fome, de todas as tendências políticas, reivindicam direitos básicos como o direito de telefonar às suas famílias, visitas familiares, o acesso ao ensino superior à distância, cuidados médicos e tratamento adequados e o fim dos regimes de isolamento e de detenção sem acusação nem julgamento.
As reclamações dos grevistas da fome têm tido como única resposta a repressão das autoridades israelitas: incursões frequentes no final da noite, transferências abusivas de prisão para prisão, isolamento, negação de visitas de advogados e familiares e confisco de pertences pessoais, incluindo sal (durante o seu protesto os grevistas da fome consomem apenas água e sal).
Após mais de cinco semanas de greve de fome, observa-se uma deterioração cada vez mais acentuada das condições de saúde dos presos palestinos. As autoridades israelitas preparam-se, a exemplo de outras situações no passado, para recorrer à alimentação forçada dos grevistas da fome, em violação do direito internacional, que a considera uma forma de tortura.
Neste momento há nas prisões israelitas mais de 6300 presos palestinos, incluindo 500 em regime de detenção administrativa (sem julgamento nem culpa formada) e 300 menores. Israel tem recorrido desde sempre a uma repressão brutal e maciça: dos anseios de liberdade do povo palestino. desde 1967, o número total de presos e detidos palestinos nas prisões israelitas já ultrapassou os 850.000, ou seja, 20% da população total e 40% da população masculina; 100.000 palestinos já foram submetidos a detenção administrativa (sem julgamento nem culpa formada); 70% das famílias palestinas já tiveram um ou mais membros condenados a penas de prisão em resultado de actividades contra a ocupação.
Saudamos com respeito este grande movimento de resistência dos presos palestinos, realizado em condições extremamente difíceis e que encontra eco em toda a Palestina e no mundo inteiro, e exortamos os cidadãos e as organizações portuguesas amantes da paz e da justiça a demonstrarem-lhes o seu apoio.
Exortamos as autoridades portuguesas a desenvolverem todos os esforços no sentido de deter a repressão deste movimento de protesto dos presos palestinos e de ver atendidas as suas justas reclamações.
Não haverá solução justa para a questão palestina sem a libertação dos presos políticos palestinos dos cárceres de Israel. Trata-se de um dos pontos centrais — a par do fim da ocupação da Margem Ocidental, incluindo Jerusalém Oriental, e do cerco da Faixa de Gaza, e do reconhecimento dos direitos dos refugiados consignados nas resoluções das Nações Unidas — para uma solução justa da questão palestina, que há tanto tempo é devida a este povo martirizado.
Lisboa, 25 de Maio de 2017
Associação Abril
Associação Água Pública
Associação Conquistas da Revolução
Associação de Amizade Portugal-Cuba
Associação dos Amigos do Teatro da Liberdade da Palestina (Portugal)
Associação Portuguesa de Juristas Democratas
Centro InterculturaCidade
Colectivo Mumia Abu-Jamal
Comissão de Reformados da União dos Sindicatos do Distrito de Leiria
Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses – Intersindical Nacional
Confederação Nacional de Reformados, Pensionistas e Idosos – MURPI
Conselho Português para a Paz e Cooperação - CPPC
Federação Nacional de Sindicatos de Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais
Frente Anti-Racista
Inter-Reformados
Intervenção Democrática
Mó de Vida Cooperativa
Movimento Democrático de Mulheres – MDM
Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente – MPPM
Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local e Regional, Empresas Públicas, Concessionárias e Afins -STAL
Tribunal-Iraque (Audiência Portuguesa do Tribunal Mundial sobre o Iraque)
União de Mulheres Alternativa e Resposta – UMAR
União de Resistentes Antifascistas Portugueses – URAP
União dos Sindicatos de Lisboa
União dos Sindicatos do Distrito de Leiria
 
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