Ocupação, Colonização e Apartheid Israelitas

Segundo informa o jornal israelita Haaretz, mais de 20.000 pessoas participaram hoje, 19 de Abril, num desfile para assinalar a Nakba («catástrofe», em árabe), a limpeza étnica levada a cabo pelas forças sonistas antes e depois da formação do Estado de Israel, em 1948, e em que mais de 750 000 palestinos foram expulsos das suas casas e das suas terras.
A Associação para a Protecção dos Direitos dos Desalojados organizou o evento pelo 21.º ano consecutivo, coincidindo com as comemorações do «Dia da Independência» de Israel. (A independência de Israel foi proclamada a 14 de Maio de 1948, segundo o calendário gregoriano; porém, em Israel as comemorações ocorrem no dia 5 de Iyar do calendário judaico, que é de base lunissolar, sendo por isso uma data móvel.)

Milhares de palestinos desceram hoje à rua em diversos locais da Cisjordânia e na Faixa de Gaza, marcando o Dia dos Presos Palestinos, que se assinala anualmente a 17 de Abril.
Em Ramala, centenas de pessoas, incluindo famílias de presos, desfilaram em direcção ao posto de controlo militar (checkpoint) israelita a norte da cidade, onde soldados das forças de ocupação dispararam balas de borracha, gás lacrimogéneo e granadas atordoantes contra os manifestantes.
Protestos e manifestações similares ocorreram nas cidades de Nablus, Jenin, Belém, Hebron, Tulkarem e Qalqilya, na Cisjordânia, e também na Cidade de Gaza, onde os participantes se reuniram em frente ao escritório da Cruz Vermelha exigindo a intervenção da agência humanitária internacional para garantir que os seus filhos e filhas presos nas cadeias israelitas são tratados de acordo com o direito internacional. Os manifestantes empunhavam fotos de seus filhos e filhas presos, reclamando a sua libertação.

Artigo publicado no jornal israelita Haaretz em 3 de Abril de 2018
 
Na Faixa de Gaza, Israel mostra-se no seu pior. Esta afirmação não diminui de forma nenhuma a maldade, tanto deliberada como acidental, que caracteriza a sua política em relação aos outros palestinos — em Israel e na Cisjordânia, incluindo Jerusalém Oriental. Também não diminui os horrores dos seus ataques de vingança (também conhecidos por operações de represália) na Cisjordânia antes de 1967 ou dos seus ataques contra civis no Líbano.
No entanto, em Gaza, Israel supera a sua maldade habitual. Aí em particular faz com que soldados, comandantes, burocratas e civis exibam comportamentos e traços de carácter que em qualquer outro contexto seriam considerados sádicos e criminosos ou, na melhor das hipóteses, inadequados a uma sociedade civilizada.

As forças de ocupação israelitas mataram um palestino e feriram 968 outros durante durante a repressão dos protestos da Grande Marcha do Retorno ocorridos hoje, 13 de Abril, na Faixa de Gaza cercada.
Os soldados israelitas dispararam tiros e granadas de gás lacrimogéneo contra os manifestantes, causando a morte de Islam Herzallah, de 28 anos. Entre os feridos incluem-se 17 jornalistas e equipas médicas. Dos 968 palestinos feridos, 419 foram evacuados para o hospital, sendo 233 vítimas de balas reais e 13 de balas de borracha.
Nas duas anteriores semanas de protestos quase 1300 palestinos já tinham sido feridos a tiro por soldados israelitas, segundo uma contagem realizada pelo Ministério da Saúde de Gaza. Outros 1554 foram tratados devido à inalação de gás lacrimogéneo ou ferimentos por balas de aço revestidas de borracha. Além disso, 34 palestinos foram mortos durante este período.

Dois palestinos alvejados pelas forças israelitas na Faixa de Gaza ocupada sofreram a amputação de uma das pernas porque as autoridades de Israel negaram a sua transferência para um hospital da Cisjordânia.
As autoridades israelitas referiram explicitamente a participação dos dois jovens nos recentes protestos da Grande Marcha do Retorno como a razão pela qual o pedido foi rejeitado.
Segundo um comunicado do Adalah (Centro Jurídico pelos Direitos da Minoria Árabe em Israel), Yousef Karnaz, de 20 anos, e Mohammad Al-'Ajouri, de 17, foram feridos a tiro por atiradores de elite israelitas em 30 de Março, o primeiro dia da Grande Marcha do Retorno.
O Hospital Shifa de Gaza, «que não tinha meios para salvar as pernas dos feridos», encaminhou-os para o Hospital Al Istishari, em Ramala, no dia 1 de Abril, e no mesmo dia foi entregue aos militares israelitas um pedido de saída de Gaza e transferência para Ramala.
Forças israelitas demoliram uma escola primária palestina no distrito de Hebron, no sul da Cisjordânia ocupada. Na noite de segunda-feira, 9 de Abril, as forças israelitas invadiram a pequena comunidade beduína de Zanouta e destruíram a escola, construída com blocos de cimento e placas de zinco.
A escola tinha sido inaugurada em 26 de Março, juntamente com outras seis escolas na zona, construídas para possibilitar a educação de crianças das comunidades vulneráveis da área. A estrutura agora demolida tinha seis salas de aula e servia  43 crianças em idade escolar, incluindo 10 no jardim de infância.
Apesar da demolição, as crianças apareceram na escola na terça-feira, debaixo de chuva. Os professores deram aulas no chão da estrutura.
O Ministério da Educação palestino condenou a destruição da escola, descrevendo-a como «um novo crime contra instituições educativas».

Na madrugada de 9 de Abril de 1948, a aldeia palestina de Deir Yassin, com cerca de 750 habitantes, foi atacada por comandos das organizações terroristas sionistas Irgun e Lehi, também conhecida por Stern Gang.
Ao invadirem a aldeia, os soldados judeus varreram as casas com tiros de metralhadora, matando muitos dos habitantes. Os aldeões restantes foram então reunidos e assassinados a sangue frio; algumas mulheres foram violadas e depois mortas. Ao meio-dia, tinham já sido sistematicamente assassinadas mais de 100 pessoas, metade delas mulheres e crianças.
Deir Yassin ficava fora da área que o plano de partilha das Nações Unidas, aprovado em 1947, destinava ao futuro Estado judaico, e a aldeia tinha um acordo de paz com a Hagana, as forças armadas oficiais do movimento sionista.

Na manhã de hoje, sábado, morreram dois palestinos, incluindo um fotojornalista, devido aos ferimentos sofridos durante os protestos de sexta-feira na Faixa de Gaza cercada, elevando assim para 10 o número de palestinos mortos por forças israelita.
O fotojornalista Yaser Murtaja, que foi baleado no peito quando cobria uma manifestação a leste da cidade de Gaza, embora vestisse um colete marcado com a palavra «Press», sucumbiu aos ferimentos esta manhã.
Foi a segunda sexta-feira consecutiva dos protestos em massa conhecida como a «Grande Marcha do Retorno", contando com a participação de dezenas de milhares de pessoas.
De acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, registaram-se 1354 feridos, 491 dos quais por balas. Trinta e três dos feridos por tiros estão em estado crítico.

A Câmara Municipal de Palmela, na sua reunião do passado dia 4 de Abril, aprovou por unanimidade uma moção condenando o massacre de palestinos pelo exército israelita na Faixa de Gaza em 30 de Março.
O MPPM felicita a Câmara Municipal de Palmela por esta tomada de posição, que vem somar-se às numerosas e empenhadas demonstrações da solidariedade desta autarquia com a causa do povo palestino.
É o seguinte o texto integral da moção:
 
Moção 
(Condenação pelo assassinato de palestinos por soldados israelitas) 
Continua a aumentar o número de palestinos mortos e feridos por soldados israelitas, na fronteira entre a faixa de Gaza e Israel, na sequência dos protestos em curso desde sexta-feira, dia 30 de março. Os últimos dados divulgados pelo Ministério da Saúde palestino dão conta de 18 mortos e mais de 1400 feridos, sendo que destes, 757 terão sido atingidos por balas reais. 

Um palestino foi morto na manhã de hoje, 5 de Abril, depois de ser alvejado por um drone israelita a leste da cidade de Gaza. Fontes médicas do Hospital Shifa afirmaram que o corpo foi encontado por paramédicos do Crescente Vermelho.
O corpo não pôde ser imediatamente identificado, por ter ficado despedaçado pelo míssil.
Um outro palestino morreu hoje devido aos ferimentos sofridos na sexta-feira passada. Eleva-se assim para 19 o número de palestinos mortos em Gaza desde 30 de Março.
Nesse dia o exército israelita reprimiu brutalmente os participantes na Grande Marcha do Retorno, que se iniciava simbolicamente no Dia da Terra palestina. Foram mortos 16 palestinos e ficaram feridos mais de 1400, muitos dos quais se encontram em estado crítico.
Entretanto, o Ministério da Saúde palestino em Gaza pediu assistência internacional urgente para enfrentar a situação de emergência nos hospitais da Faixa de Gaza.

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