Cisjordânia

Mais de meio milhar de académicos de mais de 20 países europeus, incluindo Portugal, e de Israel, subscreveram uma carta aberta em que denunciam a legitimação pela União Europeia da política de ocupação de Israel ao financiar, com fundos europeus, projectos envolvendo instituições académicas sediadas nos colonatos israelitas ilegais.

Os signatários evidenciam a contradição entre, por um lado, a reiterada afirmação pela UE de respeito pelos princípios éticos e legislações nacionais e comunitárias e do não reconhecimento da soberania de Israel sobre os territórios palestinos ocupados e, por outro lado, a falta de escrutínio ao aceitar permitir situações como a da participação da Universidade de Ariel nos projectos europeus BOUNCE e GEO-CRADLE.

As autoridades israelitas aprovaram um plano para confiscar grandes extensões de terras de propriedade palestina na província de Belém, na Cisjordânia ocupada, noticia a agência Wafa.

As terras a serem confiscadas localizam-se na vizinhança do colonato ilegal de Bitar Illit e serão utilizadas para a abertura de estradas reservadas a colonos e para a construção de novas unidades habitacionais para a população dos colonatos judaicos.

A organização israelita de direitos humanos B'Tselem revela os complexos mecanismos jurídicos e administrativos que Israel utiliza para assumir o controlo de mais terras palestinas na Cisjordânia.

Na segunda quinzena de Fevereiro, dezassete palestinos foram feridos na Cisjordânia, segundo relata a OCHA-OPT no relatório Protection of Civilians Report referente ao período de 16 de Fevereiro a 1 de Março de 2021.

Entre os palestinos, um rapaz de 16 anos foi baleado pelas forças israelitas com munições vivas, enquanto caminhava perto do Muro na aldeia de Saffa (Ramallah).

Sete outros foram feridos em protestos contra o estabelecimento de um posto avançado de colonatos em Beit Dajan (Nablus) e contra a expansão dos colonatos em Kafr Qaddum (Qalqiliya).

Dois palestinos foram feridos em confrontos que irromperam durante duas operações de busca e detenção no campo de refugiados de Ad Duheisha (Belém) e na aldeia de Abu Shukheidim (Ramallah).

Um colono israelita atropelou hoje um grupo de caminhantes palestinos perto da aldeia de Ein al-Beida, a leste da cidade de Tubas, no norte do Vale do Jordão, matando um e ferindo dois outros, de acordo com a agência Wafa.

O palestino morto foi identificado como Bilal Bawatneh, de 52 anos, da cidade de al-Bireh, e os feridos como residentes das cidades de al-Bireh e Jerusalém.
Algumas testemunhas disseram que o veículo vinha em excesso de velocidade e se desviou da sua trajectória para atingir os caminhantes.

Colonos atacam agricultores palestinos perto de Tulkarm

Colonos israelitas atacaram hoje agricultores palestinos na aldeia de Shufa, a sudeste da cidade de Tulkarm, no norte da Cisjordânia.

Na manhã da passada segunda-feira, trabalhadores da administração civil israelita, protegidos por soldados do exército de ocupação, levaram a cabo uma operação de demolição em grande escala contra propriedades civis em Humsa al-Fouqa, no norte do Vale do Jordão, a leste da cidade de Tubas.

Vinte e oito habitações e instalações para gado, pertencentes a 11 famílias, foram demolidas, deixando desalojados 85 palestinos, incluindo 45 crianças. Todo o conteúdo foi confiscado.

Os soldados intimaram os residentes a acompanhá-los para serem transferidos para a área de Ein Shibley, junto ao posto de controlo de Al Hamra, a leste de Nablus. Como a transferência forçada foi recusada, os soldados ameaçaram que voltariam.

Na quarta-feira de manhã, cumprindo a ameaça, os soldados voltaram, isolaram a comunidade e desmantelaram os abrigos temporários que tinham sido reerguidas com o apoio de activistas, deixando os locais sem protecção contra o frio nocturno do deserto.

Em 2020, a Organização Mundial de Saúde (OMS) registou 59 ataques contra os cuidados de saúde nos territórios palestinos ocupados (TPO), revela o relatório da OMS sobre acesso à saúde nos TPO relativo a Dezembro de 2020.

Vinte e cinco ataques (42%) envolveram obstrução à prestação de serviços de saúde, incluindo 12 incidentes de obstrução ao acesso de ambulâncias para chegar a pessoas que tinham sido mortalmente feridas.

Em trinta e seis incidentes (61%) houve violência física contra trabalhadores de saúde, ambulâncias e instalações de saúde, e seis incidentes envolveram a detenção de trabalhadores de saúde, ambulâncias, doentes e acompanhantes de doentes.

Ataques físicos contra os cuidados de saúde de Outubro a Dezembro de 2020

Alaa Sawafta, de 36 anos de idade, estava de regresso do seu trabalho em Ramala, para a sua casa, em Turbas, juntamente com a mulher e os filhos, Jad de três anos e Majd de cinco, quando o automóvel em que seguiam foi apedrejado por um grupo de colonos israelitas, ferindo o menino mais novo e a sua mãe.

O incidente ocorreu perto da aldeia de Burqa, na passada quinta-feira. Os colonos lançaram uma chuva de pedras contra o automóvel, partindo o pára-brisas, e tentaram abrir as portas para agredir os ocupantes, mas Alla conseguir acelerar o carro e escapar.

A família regressou a Ramala, onde Jad foi tratado no Complexo Médico da Palestina, frustrando o plano para celebrar o terceiro aniversário do menino com a família alargada, em Tubas, na sexta-feira.

Menina ferida em tentativa de rapto por colonos

Soldados israelitas invadiram hoje de manhã cedo o Complexo Médico da Palestina, na cidade de Ramala, na Cisjordânia ocupada, e dispararam aleatoriamente latas de gás lacrimogéneo e munições revestidas de borracha contra o pessoal médico e pacientes, ferindo uma mulher grávida, no ombro, com uma munição revestida de borracha, e um paramédico, no braço.

Outras pessoas sofreram asfixia por inalação de gás, enquanto alguns pacientes ficaram aterrorizados em resultado da agressão. Uma ambulância também sofreu danos parciais devido ao disparo israelita.

Este foi o segundo ataque das forças de ocupação israelitas a hospitais na Palestina, neste fim-de-semana, o primeiro dos quais foi um ataque de aviões de guerra israelitas que atingiu o Hospital Pediátrico Al-Durra, na Faixa de Gaza.

A semana que termina registou mais uma série de episódios de violência de colonos, um pouco por toda a Cisjordânia. Não é um facto novo, mas nem por se tornar repetitivo pode ser banalizado. Como não pode ser ignorado o facto de, na maioria dos casos, os actos de vandalismo ocorreram sob as vistas e com a protecção do exército israelita.

Neste domingo, colonos israelitas espancaram agricultores palestinos na aldeia de Susya, a leste da cidade de Yatta, no sul da Cisjordânia, e impediram-nos de lavrar as suas próprias terras. Susya e outras aldeias vizinhas têm sido alvo frequente de ataques por parte dos militares e colonos israelitas, que pretendem expulsar a sua população palestina para expandir os colonatos

Ali Ayman Abu-Alayya, de 13 anos de idade, sucumbiu aos ferimentos que sofreu depois de ter sido atingido com fogo real pelas forças de ocupação israelitas.

Ali participava numa manifestação não violenta dos habitantes da aldeia de al-Mughayir, a nordeste de Ramala, quando foi baleado por soldados israelitas. Foi transportado de urgência para o Complexo Médico Palestino em Ramala, mas não foi possível salvar-lhe a vida.

O presidente da câmara de al-Mughayyir, Amin Abu-Alya, disse que uma força militar israelita dispersou violentamente os participantes da manifestação que apelava à defesa da área de Ras al-Tin contra a expropriação para dar lugar à construção de um novo posto avançado israelita.

Páginas

Subscreva Cisjordânia