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A greve da fome de cerca de 1500 presos políticos palestinos completa hoje 32 dias.
Iniciada a 17 de Abril por presos políticos de todas as tendências políticas, a greve da fome está já a ter efeitos muito sérios sobre o estado de saúde dos presos. A situação dos presos e das suas famílias está a tornar-se insuportável, afirmam observadores citados pela agência palestina Ma'an.
Todos os presos em greve da fome foram transferidos para prisões israelitas providas de clínicas, o que aumenta o alarme quanto à possibilidade de as autoridades prisionais recorrerem à alimentação forçada, considerada tortura pelo direito internacional.
Os presos foram transportados em veículos com bancos de metal, algemados, em viagens de várias horas, muito penosas no seu estado de saúde enfraquecido.
A Associação de Estudantes da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, com a colaboração do MPPM e de Ciné-Palestine, promoveu um conjunto de iniciativas de solidariedade com a Palestina.
Na segunda-feira, 15 de Maio, houve um debate sobre o tema "Palestina: Breve História Sobre Quase Tudo” animado por Carlos Almeida, do MPPM, a que se seguiu a projecção do filme "Roshmia".
Nas terça-feira, 16, o tema do debate era "A Promessa de um País" e foram intervenientes Adel Sidarus, do MPPM, e Dima Mohammed e Ana Santos Pinto, da FCSH. O filme "The Wanted 18" foi projectado a seguir.
Karim Younis, o preso palestino há mais anos nas cadeias de Israel, escreveu uma carta aberta ao seu povo reiterando a firme decisão dos presos palestinos em greve da fome de prosseguir a luta até à vitória.
Desde 17 de Abril — há 30 dias! —, cerca de 1500 presos políticos palestinos nas cadeias de Israel, de todas as tendências políticas, prosseguem uma heróica greve da fome, protestando contra as suas condições de detenção e reivindicando direitos básicos como poder telefonar às suas famílias, visitas familiares, cuidados médicos e tratamento adequados e o fim dos regimes de isolamento e de detenção sem acusação nem julgamento.
Karim Yunis foi condenado em 1983 a prisão perpétua pelas autoridades de Israel pela sua participação na resistência. Deveria ter sido libertado como parte dos acordos de Oslo na década de 1990, mas ainda permanece preso.
O MPPM assinalou o 69º aniversário da Nakba – designação dos povos árabes para a catástrofe que se abateu sobre o povo palestino com a criação do Estado de Israel. com uma sessão de solidariedade na Casa do Alentejo, em Lisboa.
Maria do Céu Guerra, presidente do MPPM, leu uma carta de Karim Yunis – o preso político palestino há mais tempo nas prisões de Israel – escrita no 28º dia da greve de fome “pela liberdade e pela dignidade” que mais de 1.500 presos políticos palestinos estão a realizar.
Bruno Dias, deputado do PCP, e Ivan Gonçalves, deputado do PS, respectivamente, Presidente e Vice-Presidente do Grupo Parlamentar de Amizade Portugal-Palestina, destacaram o papel deste grupo no esclarecimento da Questão Palestina, tanto entre parlamentares como junto da opinião pública.
Os resultados das eleições municipais realizadas ontem na Margem Ocidental ocupada foram hoje, 14 de Maio, anunciados pela Comissão Eleitoral Central palestina (CEC).
As eleições, convocadas pela Autoridade Palestina, dominada pelo movimento Fatah, só tiveram lugar na Margem Ocidental. O Hamas, no poder na Faixa de Gaza cercada, rejeitou a sua legitimidade, dizendo que elas só deveriam realizar-se após a reconciliação entre o Hamas e a Fatah, em conflito há mais de uma década.
Foram às urnas em 145 municípios 420.682 eleitores (53,4%), de um total de 787.386. Noutros 181 municípios só concorria uma lista, vencendo automaticamente, enquanto em 65 localidades não se apresentaram quaisquer listas.
A taxa de participação foi praticamente a mesma que nas eleições locais de 2012 e 2005.
A Assembleia da República aprovou ontem, 11 de Maio, um voto de solidariedade com os 1500 presos políticos palestinos que se encontram em greve da fome desde o dia 17 de Abril. O texto foi proposto pelos deputados Bruno Dias e António Filipe (PCP), Joana Mortágua e Pedro Filipe Soares (BE) e Heloisa Apolónia (PEV).
O MPPM saúda e congratula-se com esta importante manifestação de solidariedade por parte de um órgão de soberania do Estado português.
Publicamos seguidamente o texto integral do voto de solidariedade, de que foram aprovados os pontos 1 (a favor: PS, BE, PCP, PEV e PAN; contra: PSD, CDS-PP e 1 deputada do PS) e 3 (a favor: PSD, PS, BE, CDS-PP, PCP, PEV e PAN; abstenção: 2 deputados do PS), tendo sido rejeitado o ponto 2 (a favor: BE, PCP, PEV, PAN e 4 deputados do PS; contra: PSD, CDS-PP e 1 deputada do PS; abstenção: 2 deputados do PS).
«VOTO DE SOLIDARIEDADE N.º 302/XIII
Hoje, 11 de Maio, o Comité Central da Fatah, o maior movimento político palestino, apelou oficialmente a todos os seus membros que se encontram nas prisões israelitas a participarem na Greve da fome pela Liberdade e a Dignidade, que vai já o seu 25.º dia. A decisão aplicar-se-ia a todos os presos do sexo masculino, com excepção dos doentes e menores.
Segundo o Clube dos Presos Palestinos, esta decisão da Fatah iria acrescentar 1000 novos presos aos cerca de 1500 que desde 17 de Abril se encontram em greve da fome.
Já hoje cerca de 100 presos palestinos de todas as filiações políticas terão aderido à greve, informa a Samidoun (rede de solidariedade com os presos palestinos).
O Knesset (parlamento israelita) aprovou hoje, em leitura preliminar, um projecto de lei que visa consagrar em legislação fundamental o carácter judaico do Estado de Israel. Se a lei do Estado-nação vier a ser aprovada, tornar-se-á uma lei básica, passando a fazer parte do corpo central da legislação que equivale a uma constituição. Ficaria assim constitucionalmente consagrada a discriminação efectiva de que desde sempre têm sido alvo os cidadãos palestinos de Israel.
Segundo informa o jornal israelita Haaretz, o projecto foi aprovado por 48 votos contra 41. Três deputados da Lista Conjunta (coligação de partidos palestinos e da esquerda não sionista em Israel), foram expulsos da sala por «perturbarem o debate».
Cinquenta dirigentes do movimento dos presos palestinos, de todas as principais facções políticas, vão juntar-se à greve da fome maciça nas prisões israelitas, que já leva 18 dias, informou o comité dos presos das Forças Islâmicas e Nacionais Palestinas.
Cerca de 1500 presos palestinos lançaram a greve da fome no dia 17 de Abril, e dezenas de outros juntaram-se-lhes desde então. Durante a greve os presos só têm consumido sal e água, sem aditivos, vitaminas ou outros suplementos.
Entre os 50 presos que deveriam começar hoje a greve encontram-se Ahmad Sa'adat, secretário-geral da Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP), Abbas al-Sayyid, líder do comité de direcção dos presos do Hamas, e Zayid Bseisi, chefe de comité supremo de direcção dos presos da Jihad Islâmica.
O Hamas (Movimento de Resistência Islâmico) anunciou ontem, 1 de Maio, um novo Documento de Princípios e Políticas Gerais. Segundo a agência noticiosa palestina Ma'an, o documento aceita um Estado palestino dentro das fronteiras da «Linha Verde» de 1967, ao mesmo tempo que rejeita qualquer legitimidade da «entidade sionista», ou seja, o Estado de Israel.
«O Hamas rejeita qualquer alternativa à libertação total e completa da Palestina, do rio até ao mar. Contudo, sem comprometer a sua rejeição da entidade sionista e sem abrir mão de quaisquer direitos dos palestinos, o Hamas considera a criação de um Estado palestino plenamente soberano e independente, com Jerusalém como sua capital, nas linhas de 4 de Junho de 1967, com o retorno dos refugiados e dos deslocados às suas casas de onde foram expulsos, para ser uma fórmula de consenso nacional», afirma-se no documento.

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