Vídeo chocante mostra polícia israelita agredindo médicos para tentar prender palestino moribundo

Um vídeo divulgado ontem, 13 de Agosto, pelo grupo israelita de direitos humanos B'Tselem mostra um grupo de polícias israelitas agredindo pessoal de saúde que tenta levar um palestino para a sala de operações. O incidente teve lugar no hospital al-Makassed, em Jerusalém Oriental ocupada, no passado dia 21 de Julho.
O ferido, Muhammad Abu Ghanam, de 19 anos, tinha sido atingido a tiro pouco antes no bairro palestino de Tur, durante o «Dia de Raiva» em protesto contra as medidas israelitas para restringir o acesso à Mesquita de al-Aqsa.
Embora o jovem esteja inconsciente e a sangrar, devido ao ferimento por bala, os polícias, envergando equipamento antimotim, empurram o pessoal hospitalar para tentar apoderar-se da maca em que ele está deitado, impedindo os médicos de a encaminhar para o elevador que dá acesso à sala de operações, no segundo andar.
Durante o tumulto a situação de Abu Ghanam deteriorou-se. Os médicos tentaram reanimá-lo numa sala de raios X próxima, mas sem êxito. O jovem morreu cerca de 20 minutos depois. Dois enfermeiros, uma enfermeira voluntária, um médico e vários outros indivíduos foram agredidos pelas forças israelitas.
Depois da morte de Ganem, os seus parentes esforçaram-se desesperadamente por impedir que o seu corpo caísse nas mãos das autoridades israelitas, que habitualmente retêm os cadáveres durante longos períodos, impedindo as cerimónias fúnebres. Passaram-no por uma janela e depois, escalando um muro, conseguiram levá-lo para fora do hospital, cena arrepiante também documentada em vídeo .
Ao entrar no hospital os polícias israelitas dispararam granadas atordoantes e balas revestidas de esponja contra os guardas que tentavam impedi-los de entrar nas instalações.
«Não foi a primeira vez que a polícia invadiu o Hospital Al-Makassed para prender pessoas feridas», afirma a B'Tselem num comunicado em que denuncia severamente o ataque ao hospital Al-Makassed.
«As palavras não conseguem transmitir a gravidade da conduta da polícia dentro do hospital. … Esta conduta despropositada, violenta e ameaçadora para a vida por parte das forças de segurança é indefensável», prossegue a B'Tselem. «A violação flagrante desta norma [de que pessoal médico e instalações onde se recebe atendimento médico são lugares protegidos] faz parte de um quadro muito maior, em que as autoridades israelitas mostram repetidamente às centenas de milhares de palestinos residentes em Jerusalém como eles são indesejados na sua própria cidade e quão pouco valor têm as suas vidas.»
 
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