Secretário-Geral da ONU diz que fim da ocupação israelita é «único caminho» para a paz

Por ocasião do Fórum das Nações Unidas para Marcar os 50 Anos da Ocupação, realizado na sede da ONU em 29 e 30 de Junho apesar dos protestos do embaixador israelita, o secretário-geral da ONU, António Guterres, apelou ao fim da ocupação israelita da Margem Ocidental, Jerusalém Leste, Gaza e Montes Golã como a «única maneira de alcançar os direitos inalienáveis do povo palestino».
Num comunicado transmitido durante o fórum, intitulado «Acabar com a ocupação: O caminho para a independência, justiça e paz para a Palestina», Guterres exortou a negociações directas para alcançar uma solução de dois Estados, de acordo com o direito internacional.
Destacando o pesado ónus humanitário da ocupação para os palestinos, Guterres lamentou o facto de «gerações de palestinos terem crescido em campos de refugiados superlotados, muitos numa miséria abjecta, e com poucas ou nenhumas perspectivas de uma vida melhor para os seus filhos».
A secretária-geral adjunta da ONU Amina Muhammad, que participou no fórum, também denunciou o impacto da inércia da comunidade internacional sobre os palestinos.
«Compreendo o profundo sentimento de desespero do povo palestino», afirmou ela. «Há demasiado tempo que a comunidade internacional não consegue encontrar uma solução justa e duradoura para o seu desalojamento.»
«Alguns pensam que a situação pode ser gerida. Estão todos errados. Tem de ser resolvida», sublinhou, reiterando a posição da ONU de que só uma solução de dois Estados pode acabar com o conflito.
O secretário-geral da Organização de Libertação da Palestina (OLP), Saeb Erekat, provocou a indignação israelita ao afirmar, em resposta a um jornalista do jornal israelita «Jerusalem Post», que o movimento Hamas e a Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP) «não são organizações terroristas».
A FPLP e o Hamas, movimentos palestinos de resistência contra a ocupação, são considerados organizações terroristas pelos Estados Unidos, Canadá, União Europeia e Israel.
«Somos um povo que se esforça por alcançar a nossa independência, e a nossa escolha, na OLP, é alcançar a paz pacificamente através de negociações» afirmou Erekat. «O governo israelita liderado por Benjamin Netanyahu está a tentar substituir a solução de dois Estados por um só Estado e dois sistemas: apartheid
 
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