Resistência popular cresce na Cisjordânia ocupada, vários palestinos mortos

Tem havido confrontos diários na Cisjordânia ocupada entre manifestantes palestinos e o exército de ocupação israelita para protestar contra o «acordo do século» do presidente Trump, apresentado em 28 de Janeiro.

Os militares israelitas têm estado aí em «alerta reforçado» desde a apresentação do plano por Trump e Netanyahu, tendo destacado tropas adicionais para o território ocupado com o objectivo de impedir actos de resistência e reprimir protestos e manifestações.

Na quarta-feira, 5 de Fevereiro, registou-se a primeira morte. Segundo o Ministério da Saúde palestino, um jovem de 17 anos, Mohammad Salman al-Haddad, foi morto com um tiro no coração durante confrontos entre jovens palestinos e soldados israelitas na cidade de Hebron, no sul da Cisjordânia ocupada. Testemunhas do assassínio disseram que os confrontos de quarta-feira, tal como já acontecia havia uma semana, ocorreram na área de Bab al-Zawiyeh da cidade de Hebron, ponto de contacto entre a área H2, controlada por Israel, e a área H1, administrada pelos palestinos. Os soldados dispararam munições reais e balas de borracha, assim como gás lacrimogéneo, contra os jovens.

Na quinta-feira, 6 de Fevereiro, aumentou a violência e também o número de mortos. Em Jenin, no norte da Cisjordânia ocupada, dois palestinos foram mortos pelas forças israelitas: Yazan Abu Tabikh, de 19 anos, e Tarek Badwan, um tenente da polícia da Autoridade Palestina que foi atingido a tiro apesar de se encontrar fardado e não apresentar qualquer perigo para as tropas israelitas.

Um outro palestino, Shadi Bana, de 45 anos, foi morto a tiro depois de ter aberto fogo contra agentes da Polícia de Fronteira israelita perto da Porta do Leão, na Cidade Velha, em Jerusalém Oriental ocupada.

Na manhã de quinta-feira, um atropelamento propositado em Jerusalém provocou ferimentos em 12 militares israelitas da Brigada Golani, tendo um ficado em estado grave. O motorista, mais tarde identificado como Sanad al-Tarman pela comunicação social palestina, foi mais tarde preso pelas forças israelitas.

Ainda na quinta-feira, um outro soldado israelita ficou levemente ferido por tiros disparados de um automóvel em movimento, perto do colonato israelita de Dolev, na Cisjordânia ocupada.

Nesta sexta-feira, o jovem palestino Badr Nedal Nafla, de 19 anos, morreu após ser atingido no pescoço por uma bala real disparada pelas forças de ocupação israelitas na aldeia de Qaffin, perto de Tulkarm, na Cisjordânia ocupada.

Além dos mortos, contam-se ainda centenas de feridos pelas forças de ocupação israelitas durante os protestos em curso na Cisjordânia ocupada contra o anunciado «acordo do século».

A ser aplicado, o pretenso «plano de paz» representaria nomeadamente a formalização da anexação da maior parte da Cisjordânia ocupada, incluindo o Vale do Jordão, a extensão da soberania israelita aos colonatos israelitas no território palestino, a recusa do direito de retorno dos refugiados palestinos, a renúncia pelos palestinos a Jerusalém como capital de um seu futuro Estado soberano, independente e viável — numa palavra, a negação definitiva dos direitos nacionais do povo palestino.

Foto: AFP

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