Polícia israelita lança onda de detenções maciças de cidadãos palestinos de Israel

A polícia israelita anunciou que irá prender mais de 500 jovens cidadãos palestinos de Israel nos próximos dias pela sua participação nas recentes manifestações de apoio aos palestinos de Jerusalém Oriental ocupada e da Faixa de Gaza sitiada.

A onda de detenções terá lugar no âmbito daquilo a que a polícia chamou «operação lei e ordem»" e destina-se a «ajustar contas» com aqueles que participaram em manifestações contra a violência dos colonos, os despejos forçados em Sheikh Jarrah, a repressão das forças israelitas no complexo da Mesquita de Al-Aqsa e a campanha militar de bombardeamento de Gaza.

Numa declaração na noite de domingo, a polícia israelita afirmou que cerca de 1550 pessoas já foram detidas desde 9 de Maio e que a campanha é uma «continuação» que visa processar os manifestantes que nas últimas duas semanas saíram às ruas em cidades e vilas de todo o Israel.

Milhares de elementos das forças de segurança de «todas as unidades» serão destacados para realizar incursões, segundo o comunicado, em cidades e vilas predominantemente habitadas por cidadãos palestinos de Israel, que constituem cerca de 20 por cento da população do país.

Hassan Jabareen, director geral de Adalah, o Centro Jurídico para os Direitos das Minorias Árabes em Israel, considera que esta campanha é uma «declaração de guerra contra manifestantes palestinos, activistas políticos e menores como vingança pelas suas recentes posições políticas e nacionais.»

Enquanto Israel descreveu a campanha como destinada a restaurar a ordem e a dissuasão contra «desordeiros» e «criminosos» envolvidos em ataques contra «judeus» nas duas últimas semanas, os cidadãos palestinos de Israel têm afirmado que a sua intenção é intimidar e castigar quem participou nos recentes protestos e esmagar a sua resiliência e resistência ao apartheid e ao regime colonial de Israel e à violência dos bandos de colonos.

Por outro lado, embora bandos de judeus israelitas tenham estado envolvidos em ataques a casas e propriedades de palestinos cidadãos de Israel em todo o país – como amplamente documentado em fotografias e vídeos publicados nas redes sociais – , incluindo o assassinato de um palestino na cidade de Lydda (Lod), ninguém foi detido ou acusado, o que leva os palestinos a acusar o governo israelita de seguir uma política óbvia de discriminação e apartheid.

Esta operação de detenções em massa ocorre uma semana depois de cerca de 1,6 milhões de cidadãos palestinos de Israel terem participado na greve geral cumprida pelo povo palestino em Israel, na Cisjordânia, em Jerusalém, em Gaza e em todo o mundo, respondendo ao apelo do Alto Comité Árabe de Acompanhamento, que faz a coordenação entre os partidos políticos em Israel.

Print Friendly, PDF & Email
Share