Plano israelita de expansão de colonatos condenado por numerosos países mas não por Portugal

Um grupo de 12 países europeus exortou Israel, na passada quinta-feira, a eliminar os planos para a construção de mais de 3000 casas de colonos na Cisjordânia. O Reino Unido emitiu separadamente uma declaração semelhante exortando Israel a inverter os planos para a construção de novos colonatos.

«Instamos o Governo de Israel a inverter a sua decisão de avançar com planos para a construção de cerca de 3.000 unidades de colonatos na Cisjordânia. Reiteramos a nossa forte oposição à sua política de expansão de colonatos através dos Territórios Palestinos Ocupados, o que viola o direito internacional e mina os esforços para a solução de dois Estados», diz a declaração dos ministérios dos Negócios Estrangeiros da Alemanha, Bélgica, Dinamarca, Espanha, Finlândia, França, Irlanda, Itália, Noruega, Países Baixos, Polónia e Suécia.

A União Europeia, numa declaração do gabinete do chefe da política externa, Josep Borrell reiterou na sexta-feira o seu apelo a Israel para que suspenda os seus planos de expansão dos colonatos nos territórios palestinos ocupados «que são totalmente incompatíveis com os esforços em curso para reduzir as tensões», advertindo que serão rejeitadas quaisquer alterações às fronteiras anteriores a 1967, incluindo as relativas a Jerusalém, que não sejam acordadas pelas partes.

Também o governo britânico exortou Israel a reverter a sua decisão numa declaração separada veiculada pelo ministro para o Médio Oriente e Norte de África, James Cleverly: «os colonatos são ilegais à luz do direito internacional e representam um obstáculo à paz e estabilidade».

Já na terça-feira, o porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Ned Price, tinha dito estar «profundamente preocupado» com os planos de Israel de avançar com novos colonatos, incluindo muitos no interior da Cisjordânia. «Opomo-nos veementemente à expansão dos colonatos, que é completamente inconsistente com os esforços para baixar as tensões e assegurar a calma e prejudica as perspectivas de uma solução de dois Estados», disse.

«O Governo do Japão lamenta profundamente a continuação das actividades de colonatos pelo Governo de Israel, apesar dos repetidos apelos do Japão e da comunidade internacional para o congelamento de tais actividades», diz uma declaração do Ministério dos Negócios Estrangeiros, reiterando tempo que «as actividades de colonatos violam o direito internacional e minam a viabilidade de uma solução de dois Estados».

Maria Zakharova, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, declarou: «Reafirmamos a posição de princípio da Rússia de que a actividade de colonatos de Israel é ilegal. Tais acções unilaterais minam as hipóteses de um Estado palestino viável e geograficamente indivisível no quadro das suas resoluções e dos esforços da comunidade internacional para criar as condições para o reatamento do diálogo político entre a Palestina e Israel, o mais rapidamente possível».

Estas reacções internacionais, de que Portugal está ausente, seguem-se à recente decisão de Israel de publicar concursos para a construção de cerca de 1300 unidades habitacionais em colonatos na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, para além do seu plano já aprovado para a construção de cerca de 3000 unidades nos colonatos ilegais em toda a Cisjordânia.

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