Palmela condena massacre, manifesta solidariedade com a Palestina

A Câmara Municipal de Palmela, na sua reunião do passado dia 4 de Abril, aprovou por unanimidade uma moção condenando o massacre de palestinos pelo exército israelita na Faixa de Gaza em 30 de Março.
O MPPM felicita a Câmara Municipal de Palmela por esta tomada de posição, que vem somar-se às numerosas e empenhadas demonstrações da solidariedade desta autarquia com a causa do povo palestino.
É o seguinte o texto integral da moção:
 
Moção 
(Condenação pelo assassinato de palestinos por soldados israelitas) 
Continua a aumentar o número de palestinos mortos e feridos por soldados israelitas, na fronteira entre a faixa de Gaza e Israel, na sequência dos protestos em curso desde sexta-feira, dia 30 de março. Os últimos dados divulgados pelo Ministério da Saúde palestino dão conta de 18 mortos e mais de 1400 feridos, sendo que destes, 757 terão sido atingidos por balas reais. 
Os protestos tiveram início por ocasião do Dia da Terra e são, já, designados como «A Grande Marcha do Retorno», exigindo o direito ao regresso do povo palestino às suas terras, das quais se viram expulsos na sequência da guerra com Israel. 
Enquanto o Estado hebraico afirma que continuará a fazer uso da força, autorizando os seus militares a disparar balas reais, sempre que os palestinos se aproximem da barreira de segurança, para impedir a infiltração em massa em Israel, a comunidade internacional já veio denunciar o uso desproporcional de força perante os manifestantes. O Ministério dos Negócios Estrangeiros turco apelou ao fim rápido do uso da força, que contribui para o aumento das tensões na região, e a organização Human Rights Watch afirmou que Telavive não apresentou provas de que os manifestantes palestinos tenham ameaçado seriamente as suas tropas. Entretanto, Israel já rejeitou os pedidos do Secretário-geral da ONU, António Guterres, e da Alta Representante da União Europeia para a Política Externa e Segurança, Federica Mogherini, que exigiram a realização de um inquérito independente à utilização de balas reais. 
Ahed Tamimi e a sua família continuam, entretanto presos, condenados a oito meses de prisão, sem que tenha havido lugar a julgamento. 
São novos episódios na longa luta do povo palestino pelo direito à sua pátria e à liberdade, num momento da História em que a administração Trump deitou novas «achas para a fogueira» ao declarar, em 2017, que Jerusalém é a capital de Israel. Em dezembro último, foi aprovada, na Assembleia Geral da ONU, com 128 votos a favor, uma resolução sobre o estatuto de Jerusalém, recusando a declaração norte-americana. No entanto, as ameaças do Presidente norte-americano, de que cortaria a ajuda a quem votasse contra os Estados Unidos, começaram a obter resultados, registando-se nove votos contra e 35 abstenções, e 21 países estiveram ausentes da votação. Há já alguns anos que a ONU vinha aprovando resoluções, aprovadas com a abstenção dos Estados Unidos, exigindo a Israel o cessar imediato de todas as atividades de colonização no território palestino ocupado, incluindo Jerusalém Oriental. 
A «Grande Marcha do Regresso» deverá dar continuidade às manifestações e confrontos até 14 de maio, dia em que o Estado de Israel celebrará o seu 70.º aniversário — uma data que é conhecida pelo povo palestino como «Nakba», a catástrofe. 
Neste mês de abril, quando Portugal se prepara para assinalar mais um aniversário da Revolução dos Cravos e celebrar a Liberdade, o Município de Palmela reafirma a sua solidariedade para com o povo palestino e para com todos os povos que procuram defender as suas famílias, as suas terras, a sua liberdade política e religiosa, o seu direito a uma vida próspera e em Paz. 
Reunida na Biblioteca Municipal de Palmela, a 4 de abril de 2018, o Município de Palmela condena a violência impune das tropas israelitas, que, desde 30 de março, já originou, pelo menos, 18 mortos e mais de 1400 feridos entre os manifestantes palestinos, e exige, uma vez mais, o cumprimento por Israel das múltiplas resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas contra a expansão dos colonatos na Palestina e pelo cumprimento do direito internacional, permitindo a criação do Estado da Palestina livre e independente. 
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