Palestinos saem à rua contra «plano de paz» dos EUA

Milhares de palestinos protestaram nesta terça-feira na Cisjordânia ocupada e na Faixa de Gaza cercada contra o lançamento do «plano de paz» do governo dos EUA para o Médio Oriente.
 
Cerca de 3000 pessoas manifestaram-se em Nablus, no norte da Cisjordânia, registando-se também manifestações em Ramala e Hebron.
 
Na Faixa de Gaza foi convocada uma greve geral e a maioria das lojas e restaurantes fecharam.
 
Numa conferência de dois dias no Barém, iniciada na terça-feira, os EUA propõem-se apresentar um conjunto de propostas económicas, alegadamente com o objectivo de abrir caminho para um processo de paz entre israelenses e palestinos.
 
A apresentação da parte política do plano vem a ser sucessivamente adiada, estando agora anunciada para depois das eleições israelitas de Setembro.
 
Contudo, está posta de parte a hipótese de os planos estado-unidenses contemplarem uma solução justa para a questão israelo-palestina.
 
Em entrevista concedida à estação televisiva Al-Jazeera, Jared Kushner, conselheiro para o Médio Oriente e genro de Donald Trump, declarou já que o «plano de paz», de que é o principal arquitecto, não se baseará na Iniciativa de Paz Árabe. Esta foi proposta pela Arábia Saudita em 2002 e prevê a normalização das relações entre Israel e os países árabes em troca de uma retirada total de Israel dos territórios palestinos que ocupou na guerra de 1967 (Cisjordânia, Jerusalém Oriental e Faixa de Gaza), assim como dos Montes Golã sírios.
 
Os palestinos boicotam a conferência do Barém, acusando o governo de Donald Trump de ter uma política alinhada com Israel.
 
Intitulado «Paz para a Prosperidade», o plano apresentado no Barém acena com a perspectiva de 50 mil milhões de dólares em investimentos nos territórios palestinos ocupados e nos países árabes vizinhos ao longo de 10 anos. A origem dessa fabulosa soma, todavia, permanece nebulosa.
 
Os palestinos rejeitaram novamente as propostas na terça-feira, acusando os EUA e Israel de tentar intimidá-los e anular o seu desejo de independência.
 
«A nossa posição é clara: não vamos abdicar da necessidade de uma solução política permanente, abrangente e duradoura», declarou Saeb Erekat, secretário-geral da OLP.
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