O Barco das Mulheres está prestes a chegar à Faixa de Gaza

O navio «Zaytouna» (azeitona, em árabe), inteiramente tripulado por mulheres, está prestes a chegar à Faixa de Gaza. Parte da Flotilha da Liberdade, o navio partiu de Barcelona em meados de Setembro com o objectivo de furar o cerco a que o pequeno território palestino está sujeito por Israel há quase dez anos.
A chegada deve ocorrer ao fim da tarde de quarta-feira ou na manhã de quinta-feira (5-6 de Outubro) — se o navio não for interceptado ou atacado por forças navais israelitas. De facto, segundo notícia do jornal israelita Maariv, a marinha israelita recebeu já ordens para interceptar o navio e prender todas as 13 tripulantes.
Em Junho do ano passado, as forças israelitas interceptaram o «Marianne», que participava numa iniciativa similar, e prenderam todos os activistas a bordo.
Em 2010 uma flotilha de auxílio similar que se dirigia a Gaza terminou em tragédia, quando o navio turco «Mavi Marmara» foi assaltado por comandos israelitas, que mataram 10 activistas turcos. Nenhum israelita foi alguma vez acusado devido à matança no «Mavi Marmara».
O Barco das Mulheres para Gaza é uma iniciativa da Coligação Flotilha da Liberdade. Segundo se lê no seu site (https://freedomflotilla.org/…/31-women-s-boat-to-gaza-a-mes…), «é composta por organizações e iniciativas da sociedade civil de muitos países. Há anos que desafiamos o ilegal e desumano bloqueio israelita de Gaza e estamos empenhados em continuar a luta até que o bloqueio seja levantado incondicionalmente e os palestinos em toda a parte recuperem os seus direitos integrais».
A Faixa de Gaza está sujeita a um bloqueio militar israelita desde 2007, quando o Hamas foi eleito para governar o território. Os dois milhões de habitantes do pequeno território sofrem altos índices de desemprego e de pobreza, e desde 2008 foram alvo de três devastadoras guerras conduzidas por Israel, a mais recente das quais recente no Verão de 2014. A ofensiva israelita durou 51 dias e resultou na morte de pelo menos de 1462 civis palestinos, um terço dos quais crianças, segundo a ONU.
O território palestino cercado pode tornar-se «inabitável» em 2020, afirma a ONU. A economia permanece paralisada devido ao bloqueio e é lenta a reconstrução das habitações destruídas devido à dificuldade de importação de materiais de construção. Cerca de 75.000 palestinos permanecem deslocados desde o ataque israelita de 2014.
 
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