Nael al-Barghouti: 39 anos nas cadeias israelitas

O preso palestino Nael al-Barghouti passou até agora 39 anos em prisões israelitas. É o preso político com maior tempo de prisão de todos os tempos.

Um herói vivo, al-Barghouti passou a maior parte da vida em prisões israelitas, sonhando com a liberdade para si e para o seu povo.

Tem 61 anos, mas só passou 22 anos fora das cadeias israelitas. Nael al-Barghouti nasceu em 24 de Outubro de 1957 na aldeia de Kobar, perto de Ramala, na Cisjordânia ocupada. Foi preso pela primeira vez em Abril de 1978, quando era estudante do ensino médio.

Cerca de 12 dias depois, as autoridades de ocupação israelitas prenderam o seu irmão mais velho, Omar, e o seu primo Fakhri, acusando-os de terem matado um soldado israelita em Ramala, incendiado uma fábrica de óleo em Israel e feito explodir um café em Jerusalém ocupada.

Nael al-Barghouti foi condenado a uma pena espantosamente cruel: prisão perpétua mais 18 anos! Passou 33 anos consecutivos em prisões israelitas, durante os quais o seu pai e  a sua mãe morreram. Durante um período de sete anos do seu encarceramento, ninguém foi autorizado a visitá-lo. A mãe não o viu durante cinco anos, e só lhe foi permitido efectuar uma visita porque estava a morrer.

Al-Barghouti foi libertado em 18 de Outubro de 2011 no acordo de troca de prisioneiros de Wafa al-Ahrar, um dos 1047 presos palestinos libertados em troca do soldado israelita Gilad Shalit, que tinha estado aprisionado pelo Hamas durante cinco anos.

Durante o curto período em que esteve fora das cadeias israelitas, foram-lhe impostas restrições, não podendo sair da zona de Ramala.

Mal tinha tido tempo para desfrutar da liberdade quando foi novamente preso, 32 meses depois, em 18 de Agosto de 2014, para continuar a cumprir a mesma sentença a que fora condenado em 1978.

Em Outubro deste ano havia nas cadeias israelitas, segundo dados da Addameer (Associação de Apoio e Direitos Humanos dos Presos), 5580 presos políticos palestinos, incluindo 52 mulheres. Entre eles contam-se 465 palestinos mantidos em detenção administrativa,  regime particularmente odioso que implica prisão sem julgamento nem culpa formada por períodos de até seis meses indefinidamente renováveis.

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