Na ONU 164 países votam pelo direito à autodeterminação dos palestinos

Nesta terça-feira, 164 países votaram a favor do direito à autodeterminação do povo palestino numa sessão da Terceira Comissão da Assembleia Geral das Nações Unidas.

Uma proposta de resolução sobre esta matéria a submeter à Assembleia Geral da ONU obteve na Terceira Comissão 164 votos a favor e 5 contra (Israel, Estados Unidos, Estados Federados da Micronésia, Ilhas Marshall, Nauru), com 9 abstenções (Austrália, Camarões, Guatemala, Honduras, Kiribati, Ruanda, Togo, Tonga e Vanuatu).

Muitos países alteraram o sentido habitual do seu voto, votando a favor da resolução. Particularmente notável é a inversão do sentido de voto do Canadá, aliado muito próximo dos EUA, que desde 2006, em 14 votações consecutivas, se recusara a apoiar uma resolução essencialmente nos mesmos termos.

O resultado da votação indicia o profundo isolamento, no seio da comunidade internacional, da posição de Israel e dos Estados Unidos de oposição aos legítimos direitos nacionais do povo palestino.

O Ministro dos Negócios Estrangeiros palestino, Riyad al-Maliki, congratulou-se com o voto da maioria esmagadora dos países a favor do direito do povo palestino à autodeterminação, sublinhando que a votação esmagadora a favor desta resolução é a resposta natural da comunidade internacional à recente declaração do governo dos EUA considerando «legais» os ilegais colonatos de Israel.

Segundo a proposta de resolução aprovada, a Assembleia Geral reafirmaria o direito do povo palestino à autodeterminação, incluindo o direito ao seu Estado da Palestina independente. Também exortaria todos os Estados e agências e organizações especializadas das Nações Unidas a continuarem a apoiar os palestinos na realização a breve prazo do seu direito à autodeterminação.

O texto aprovado da proposta de resolução recorda ainda o parecer consultivo emitido em 9 de Julho de 2004 pelo Tribunal Internacional de Justiça, o qual conclui que a construção de um muro (o tristemente célebre Muro do Apartheid) por Israel, a potência ocupante, no Território Ocupado da Palestina, incluindo Jerusalém Oriental, constrange severamente o direito do povo palestino à autodeterminação.

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