Milhares manifestam-se em Londres contra Declaração Balfour

Milhares de manifestantes desfilaram ontem, 4 de Novembro, em Londres condenando a celebração pelo governo britânico do centenário da Declaração Balfour, que em 1917, em violação dos direitos nacionais da população autóctone, prometeu aos sionistas um «lar nacional» na Palestina, abrindo o caminho à formação do Estado de Israel, que significou
décadas de repressão e exílio, de usurpação de terras, de silenciamento e esmagamento da identidade cultural do povo palestino.
Os manifestantes protestaram também contra as declarações da primeira-ministra Theresa May, que afirmou que era com «grande prazer» que acolhia o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, para comemorar os 100 anos da Declaração Balfour. Theresa May disse ainda que o Reino Unido estava «orgulhoso» do papel que desempenhou na criação do Estado de Israel.
As suas declarações parecem afinal ter resultado numa participação na manifestação que excedeu todas as expectativas, reunindo as comunidades árabes e britânica no apoio aos direitos dos palestinos.
A manifestação começou diante da embaixada dos EUA e prosseguiu pelas ruas mais movimentadas de Londres, passando por Downing Street e terminando na Praça do Parlamento. Os manifestantes entoavam «Palestina Livre» e «Fim da Ocupação» e levavam cartazes reclamando «Justiça para a Palestina». Participaram muitos dirigentes sindicais, políticos e dirigentes das comunidades britânica, judaica, muçulmana e palestina.
Além dos discursos de várias personalidades palestinas e britânicas, os manifestantes tiveram oportunidade de ouvir uma mensagem vídeo do líder do Partido Trabalhista, Jeremy Corbyn, que nomeadamente afirmou: «Assinalemos a Declaração Balfour reconhecendo a Palestina ... Temos de aumentar a pressão internacional para pôr fim à ocupação dos Israel dos territórios palestinos, à expansão dos colonatos ilegais e, claro, ao bloqueio de Gaza.»
 
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