Mahmoud Abbas na ONU: Israel cria «um sistema de apartheid»

Falando ontem, 20 de Setembro, na 72ª Assembleia Geral das Nações Unidas, o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, condenou a ocupação israelita do território palestino, que dura há meio século, e a cumplicidade da comunidade internacional.
Num longo discurso de 45 minutos, Abbas declarou que os palestinos «fizeram todos os esforços para fazer a paz com nossos vizinhos israelitas», mas Israel tem rejeitado todas as iniciativas. «A rejeição da solução de dois Estados por Israel coloca toda a região em perigo», acrescentou.
A Palestina está a ficar sem espaço para formar um Estado independente, devido à implacável construção de colonatos de Israel no território palestino, considerados ilegais pelo direito internacional, denunciou Abbas.
Reiterando a necessidade de uma solução de dois Estados, Abbas observou que sua rejeição por Israel se arrisca a «enraizar um sistema de apartheid» em Israel e nos territórios ocupados.
«A liberdade está a chegar. É inevitável», declarou Abbas. «A ocupação chegará ao fim. Será ou através da independência do Estado da Palestina ou através de direitos iguais para todos os habitantes da terra da Palestina histórica, desde o rio até o mar.»
Abbas exigiu que os países membros da ONU reconheçam o Estado da Palestina e que a comunidade internacional apresente um prazo exacto para o fim da ocupação do território palestino por Israel, aplique a Resolução 194, que garante o direito de regresso dos palestinos que se tornaram refugiados durante a limpeza étnica que precedeu e acompanhou a criação de Israel, em 1948, e forneça protecção internacional aos palestinos até o fim da ocupação por Israel.
Referindo-se à Faixa de Gaza cercada, Abbas afirmou que «não haverá Estado em Gaza. E não haverá Estado palestino sem Gaza». Expressando «alívio» com os esforços de reconciliação com o Hamas nas conversações recentemente realizadas no Cairo, Abbas indicou que funcionários da Autoridade Palestina viajarão para a Faixa de Gaza na próxima semana para «assumir responsabilidades» e que no futuro poderão ter lugar eleições gerais. Recorde-se que no domingo passado, 17 de Setembro, o Hamas se comprometeu a dissolver o comité administrativo formado para gerir Gaza independentemente da Margem Ocidental.
 
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