Liberdade para Ahed Tamini e todos os menores palestinos presos por Israel!

Ahed Tamimi, de 16 anos, conhecida activista palestina contra a ocupação, foi detida na madrugada do passado dia 19, quando forças do exército e polícia de fronteira de Israel assaltaram a sua casa, na aldeia de Nabi Saleh, na Margem Ocidental ocupada.
A razão próxima da detenção de Ahed Tamimi é um vídeo em que confronta corajosamente soldados israelitas, que queriam usar a sua casa para atacar jovens da aldeia.
Mas Ahed Tamimi participou desde os 9 anos de idade nos protestos que durante anos se realizaram todas as sextas-feiras na aldeia de Nabi Saleh contra o roubo de terras e de uma nascente pelos colonos israelitas. Aos 13 anos ganhou o Handala Courage Award, tendo-se tornado conhecida por uma série de fotos de 2015 em que, juntamente com a mãe e tia, tentava desesperadamente salvar o seu irmão ferido, Mohammad, então com 11 anos, de ser preso pelas forças israelitas.
Quando Ahed tinha 12 anos, um primo de sua mãe, Mustafa Tamimi, foi morto diante dos seus olhos por um disparo de uma granada de gás. Um ano depois, viu o seu tio Rashadi ser morto a tiro pelo exército israelita. Na semana passada, o seu primo Mohammed, quase da sua idade, foi atingido na cara por uma bala revestida de borracha que lhe penetrou no crânio, permanecendo inconsciente.
O seu pai e a sua mãe foram presos repetidas vezes, e a sua casa já foi assaltada pelas forças israelitas mais de 150 vezes. Sua mãe, Nariman, foi novamente presa ao tentar visitar Ahed, e a sua prima, Nour, que também é vista no vídeo confrontando os soldados, foi presa na madrugada seguinte.
A detenção de Ahed Tamimi tem sido sucessivamente prolongada. Além disso, tem sido transferida entre várias prisões de Israel, em violação do direito internacional, que proíbe a transferência de palestinos do território ocupado para o território israelita.
Ahed Tamimi vem juntar-se às mais de 300 crianças presas nos cárceres de Israel. Segundo o grupo de defesa dos presos Addameer, durante os interrogatórios a que são submetidas, muitas crianças palestinas sofrem privação de sono, são maltratadas e assustadas, sendo muitas vezes obrigadas a assinar documentos escritos em hebraico, apesar de não compreenderem a língua. A organização Defense for Children International — Palestine assinalou que, em 520 casos de crianças palestinas detidas por Israel entre 2012 e 2016, 72% enfrentaram violência física e 66% foram vítimas de insultos e humilhações.
Alvo desde há anos de insultos e ameaças pela sua atitude destemida no confronto com as forças de ocupação, Ahed Tamimi corre riscos muitíssimo graves.
Acções de solidariedade com Ahed Tamimi decorrem neste momento no mundo inteiro. Em Portugal também, reclamamos a libertação imediata de Ahed Tamimi e de todas as crianças palestinas presas por Israel!
 
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