Israel prende 10 membros da família Tamimi. Mohammed «confessa» que não foi atingido a tiro, mas «caiu da bicicleta»

Dezenas de soldados israelitas invadiram, na madrugada de ontem, 26 de Fevereiro, a aldeia de Nabi Saleh, na Cisjordânia ocupada, e prenderam dez membros da família Tamimi.
Entre eles conta-se Mohammed Tamimi, de 15 anos, primo de Ahed Tamimi. No dia 15 de Dezembro passado, durante uma invasão das forças israelitas à aldeia, foi atingido com uma bala de borracha na cabeça. Gravemente ferido, foi operado por médicos que lhe extraíram fragmentos de bala do crânio.
Uma grande força militar israelita entrou em Nabi Saleh de madrugada, prendendo, além de Mohamed, também Soheib Sameeh Tamimi, de 14 anos, Ahmad Sami Tamimi, de 19, Moayyad Hamza Tamimi, de 17, Mohammed Mojahed Tamimi, de 15, Amjad Abdul-Hafith Tamimi, de 28, Omar Saleh Tamimi, de 29, Islam Saleh Tamimi, de 21 e We’am Eyad Tamimi, de 17.
Durante o interrogatório, Mohammed, que deve ser novamente operado à cabeça no próximo dia 5 de Março, «confessou» que não foi atingido a tiro na cabeça por um soldado em Dezembro, mas sim que se feriu num acidente de bicicleta, anunciou no Facebook o major-general israelita Yoav Mordechai, Coordenador das Actividades Governamentais nos Territórios, órgão militar israelita encarregado da administração dos territórios palestinos ocupados.
Mentira grotesca e absurda, que pretende negar uma realidade patente confirmada por testemunhas oculares e relatórios médicos.
Em 19 de Dezembro o exército de ocupação israelita prendeu Ahed Tamimi, agora com 17 anos, na sequência de um vídeo em que esbofeteia um soldado israelita que procurava entrar em sua casa, menos de uma hora depois de o seu primo Mohammed ser atingido na cabeça por uma bala de borracha disparada por um soldado israelita. Ahed e sua mãe Nariman, que também foi presa, continuam a aguardar julgamento.
Desde essa altura a aldeia de Nabi Saleh tem sido atacada frequentemente não só pelo exército como também por colonos israelitas armados, que inclusivamente fecharam estradas e tentaram impedir que os palestinos entrassem ou saíssem.
 
Print Friendly, PDF & Email
Share