Israel entrega corpo de preso palestino mais de cinco meses após a sua morte

As autoridades israelitas decidiram hoje entregar, na cidade de Belém, o corpo de Daoud al-Khatib, mais de cinco meses após a sua morte numa prisão israelita.

Al-Khatib, de 45 anos, morreu de ataque cardíaco no centro de detenção israelita de Ofer, a oeste de Ramala, no dia 2 de Setembro de 2020, apenas alguns meses antes do fim da sua pena.

Deveria ser libertado a 4 de Dezembro, depois de ter sido condenado a 18 anos de prisão pelo seu alegado envolvimento em actividades anti-ocupação como membro do movimento Fatah.

Segundo a Sociedade dos Prisioneiros Palestinos (PPS), Khatib teve um ataque cardíaco em 2017 e foi submetido a uma cirurgia de coração aberto, mas as condições de saúde sombrias na prisão combinadas com negligência médica por parte dos Serviços Prisionais de Israel contribuíram para a deterioração da sua saúde até à sua morte.

O Supremo Tribunal de Israel decidiu, em 2015, retomar a política de deter os corpos dos palestinos mortos pelo exército ou os que morrem nas prisões israelitas como forma de pressão sobre as forças políticas palestinas.

Desde então, as autoridades retiveram 69 corpos, sete dos quais são prisioneiros que morreram entre 2018 e 2020.

Houve já 226 detidos palestinos que morreram nas prisões israelitas segundo informa a Sociedade dos Prisioneiros Palestinos.

De acordo com a Adammeer, Israel detém actualmente 4500 presos políticos palestinos, incluindo 37 mulheres e 140 menores, estando 450 sujeitos à política de detenção administrativa, sem acusação nem julgamento.

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