Israel destruiu 172 900 casas e expulsou 1,3 milhões de palestinos desde a Nakba

A ocupação israelita demoliu cerca de 172 900 casas palestinas, deslocou 1 324 000 palestinos e confiscou 19 000 quilómetros quadrados de terra da Palestina histórica «para trazer 5 milhões de imigrantes sionistas de todo o mundo para substituir o povo indígena», revelou o Land Research Center em Jerusalém.

Para assinalar o Dia Mundial do Habitat, o Land Research Centre (Centro de Investigação da Terra) divulgou um relatório em que faz a análise do impacte da colonização israelita sobra a habitação e as propriedades dos palestinos.

Segundo o Centro, «durante a Nakba (1948), a ocupação israelita demoliu 125 000 casas palestinas e deslocou 800 000 pessoas, cerca de 47 por cento da população palestina».

«A seguir à criação do Estado de Israel, cerca de 78% das terras palestinas históricas caíram sob ocupação, mas os ataques israelitas contra os palestinos que permaneceram nas suas cidades e aldeias nunca pararam. Entre 1950 e 2021, a ocupação israelita demoliu cerca de 4500 casas, deixando 30 000 palestinos sem habitação.»

«Durante a guerra de 1967, Israel ocupou o resto das terras palestinas (a Cisjordânia - incluindo Jerusalém Oriental e Faixa de Gaza) e, apenas durante a guerra, foram demolidas 5500 casas palestinas e 200 000 palestinos foram deslocados.»

O relatório do Land Research Centre prossegue: «No entanto, as políticas de demolição israelitas na Cisjordânia, incluindo Jerusalém Oriental, ainda estão em curso. Os bulldozers israelitas demoliram 11 900 casas palestinas, 7440 das quais em Jerusalém Oriental, no período entre 1967 e 2021. Deste modo, 73 000 palestinos perderam as suas casas, 47 220 dos quais em Jerusalém.»

«Durante o mesmo período, os ataques aéreos israelitas arrasaram 21 000 casas palestinas na Faixa de Gaza – os ataques mais violentos foram durante as guerras em Gaza 2012-2014-2021 –, deixando 189 000 palestinos de Gaza sem casa, a maioria dos quais dorme em escolas ou em casas de familiares, e alguns residem em tendas.»

Para o Land Research Centre, «as políticas de demolição arbitrárias israelitas não são uma tentativa de organizar a construção, mas sim parte das políticas israelitas de deslocação forçada [de palestinos] para esvaziar a terra para [a ocupação por] colonos israelitas ilegais, e impor realidades no terreno que ponham fim a quaisquer possíveis soluções políticas.»

A destruição de habitações palestinas não parou durante a pandemia. Desde o início de 2020 até Setembro de 2021, Israel demoliu 607 casas na Cisjordânia, incluindo em Jerusalém Oriental, enquanto na Faixa de Gaza sitiada, os ataques aéreos israelitas demoliram mais de 2000 casas, deixando 9000 palestinos sem casa.

O relatório do Land Research Centre considera que o caso de Sheikh Jarrah é «um escândalo para o sistema legislativo israelita que tentou deslocar à força pessoas do bairro com documentos falsos, aprovados pelo chamado Supremo Tribunal Israelita.»

Outra situação denunciada pelo Centro é a de Lifta, em que Israel impediu as pessoas deslocadas à força em 1948 de regressarem às suas casas, e agora está a emergir um novo plano para arrasar a aldeia e construir ali um colonato israelita ilegal. «As estruturas antigas de Lifta fazem parte do património mundial reconhecido pela UNESCO» recorda o Centro, «mas Israel não se preocupa com as convenções internacionais ou mesmo com os direitos culturais do povo.»

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