Israel corta para metade combustível para Gaza depois de alegados disparos de rockets

Israel reduziu para metade a quantidade de combustível fornecido à Faixa de Gaza sitiada, alegando o disparo de rockets a partir do território.

As forças armadas israelitas afirmaram na noite de domingo que três rockets tinham sido disparados da Faixa de Gaza em direcção ao território de Israel. Dois teriam sido interceptados pelo sistema antimíssil Iron Dome e o terceiro teria caído numa área desabitada.

Apesar de a autoria dos disparos não ter sido reivindicada, Tel Aviv realizou ataques aéreos contra alvos do Hamas, que Israel diz ser responsável por toda actividade militar vinda de Gaza.

O Coordenador das Actividades Governamentais nos Territórios Ocupados (COGAT), uma organização do Ministério da Defesa israelita que supervisiona questões civis nos territórios palestinos, anunciou na segunda-feira que o primeiro-ministro e ministro da Defesa, Benjamin Netanyahu, tinha ordenado a redução em 50% da transferência de combustível através da passagem de Kerem Shalom para a única central eléctrica de Gaza.

A medida estará em vigor até nova ordem, afirmou o COGAT, reconhecendo que ela irá afectar significativamente a produção de electricidade no pequeno enclave palestino bloqueado.

Mohammad Thabet, porta-voz da companhia de electricidade de Gaza, caracterizou a decisão de Israel como uma punição colectiva.

Os moradores de Gaza habitualmente já só têm seis horas de fornecimento de electricidade, seguidas por 12 horas de corte. Os cortes de combustível vão reduzir o período de fornecimento de seis horas para quatro.

O impacto dos cortes de energia faz-se sentir em  todos os aspectos da vida. Um exemplo evidente é que já não se pode conservar os alimentos no frigorífico.

Não existem alternativas acessíveis à electricidade produzida pela central, já que o custo da energia fornecida por geradores é proibitivo para a maioria das pessoas.

A Faixa de Gaza está sob um total bloqueio israelita (com a colaboração do Egipto) desde Junho de 2007, causando um acentuado declínio dos padrões de vida e níveis inauditos de desemprego e pobreza.

Os palestinos da Faixa de Gaza têm realizado protestos junto à vedação com que o Estado sionista isola o território, todas as sextas-feiras desde 30 de Março de 2018. Além do fim do bloqueio, os protestos visam  exigir o direito de retorno dos refugiados (70% dos habitantes de Gaza são refugiados) que foram expulsos das suas terras nas sucessivas campanhas de limpeza étnica lançadas por Israel.

Mais de 270 palestinos foram mortos pelas forças israelitas desde o início dos protestos, registando-se mais de 16 000 feridos.

Israel lançou três grandes agressões militares contra Gaza, matando milhares de pessoas e destruindo ainda mais as já frágeis  infraestruturas já pobre do pequeno território costeiro palestino.

Foto: Ali Jadallah/Anadolu Agency

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