Forças israelitas matam quatro jovens palestinos em Jenin

Quatro jovens palestinos foram hoje mortos a tiro pelo exército israelita durante uma rusga à cidade e ao campo de refugiados de Jenin, no Norte da Cisjordânia ocupada.

Os confrontos eclodiram quando o exército israelita invadiu o campo de refugiados de Jenin, hoje de manhã.

Saleh Mohammed Ammar, 19 anos, e Raed Ziad Abu Seif, 21 anos, foram atingidos a tiro e morreram em consequência dos ferimentos pouco depois de chegarem ao hospital da cidade de Jenin.

Os corpos dos outros dois homens, um identificado como Noor Jarrar e o outro como Amjad Iyad Azmi, foram levados pelas forças israelitas.

Pelo menos dois outros palestinos foram presos. Um foi baleado na mão e o outro, identificado como Mohammed Abu Zina, foi levado de sua casa durante a rusga.

Segundo testemunhas, um grupo de palestinos envolveu-se em confrontos com membros da Musta'ribeen da polícia israelita - uma unidade descaracterizada composta por israelitas disfarçados de palestinos.

Os agentes desta unidade costumam infiltrar-se em áreas palestinas com a intenção de efectuar prisões. A agência Maan informou que os agentes tinham chegado ao campo horas antes de as forças israelitas invadirem a área.

De acordo com a Maan, os agentes da Musta'ribeen abriram fogo directamente sobre um grande grupo de jovens quando as tropas israelitas invadiram o campo.

Também foram disparadas granadas atordoantes e gás lacrimogéneo contra os palestinos, segundo testemunhas.

Nenhum membro das forças israelitas foi ferido no incidente.

Presidência palestina condena

O porta-voz oficial da presidência palestina, Nabil Abu Rudeineh, declarou: «Manifestamos a forte ira e condenação da Presidência deste crime hediondo, e afirmamos que a continuação desta política israelita levará a uma explosão da situação e a mais tensão e instabilidade.»

Considerou o governo israelita totalmente responsável por esta escalada e pelas suas repercussões, apelando à administração norte-americana e à comunidade internacional para pressionarem Israel para pôr termo aos seus ataques contra os palestinos para que as coisas não cheguem a uma fase incontrolável.

Abu Rudeineh acrescentou que as práticas continuadas da ocupação, as suas violações dos direitos do povo palestino, os seus ataques, os seus assassínios diários e a sua violação do direito internacional exigem que a comunidade internacional proporcione protecção ao povo palestino.

Organização de Cooperação Islâmica também condena

Também a Organização de Cooperação Islâmica (OIC) condenou veementemente, numa declaração, o assassinato pelo exército israelita de quatro palestinos.

A OCI denunciou o crime hediondo cometido por Israel, a potência ocupante, como uma flagrante violação do direito humanitário internacional e das convenções internacionais.

A organização considerou Israel totalmente responsável pelas consequências desta perigosa escalada, apelando à comunidade internacional para assumir as suas responsabilidades e proporcionar protecção internacional ao povo palestino.

A OIC exortou a comunidade internacional a obrigar Israel a pôr termo às suas violações e ataques contínuos contra o povo palestino e a respeitar as suas obrigações ao abrigo do direito internacional.


Na imagem: Funeral de Saleh Ammar e Ra'ed Abu Seif, em Jenin, 16 Agosto 2021 (Foto: Ayman Nobani/Xinhua)

Print Friendly, PDF & Email
Share