Fadwa Barghouthi proibida de visitar o marido na prisão israelita até 2019

A advogada palestina Fadwa Barghouthi, esposa de Marwan Barghouthi, dirigente da Fatah preso numa cadeia de Israel, afirmou na segunda-feira, 4 de Setembro, que as autoridades israelitas lhe disseram que está proibida de visitar o marido até 2019.
Fadwa Barghouthi declarou à agência noticiosa palestina Ma'an que na semana passada o Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV) conseguiu obter uma autorização para ela visitar o marido. Há mais de quatro meses que lhe era negada autorização de visita, desde que Marwan Barghouthi liderou uma greve da fome de 1500 presos palestinos.
No entanto, quando na segunda-feira se dirigiu à prisão para visitar o marido, juntamente com outros parentes de presos palestinos, as forças israelitas informaram-na, depois de ter esperado à porta das 9h até às 16h, de que não seria autorizada a visitá-lo até 2019 e de que a autorização emitida tinha sido um erro.
Um porta-voz do serviço prisional do regime sionista confirmou, assinalando que tal se devia a «razões de segurança» resultantes da greve de fome. Segundo outras fontes, a proibição também impede Fadwa Barghouthi de visitar quaisquer presos palestinos detidos por Israel.
Fadwa Barghouthi, que é porta-voz da Campanha Internacional para Libertar Marwan Barghouthi e foi uma destacada defensora dos presos durante os 40 dias que durou a greve da fome, afirma que a decisão de lhe negar as visitas foi uma punição não contra o marido, mas contra ela própria, devido ao seu activismo e participação em numerosos protestos de solidariedade.
A greve da fome, iniciada a 17 de Abril, chegou ao fim no final de Maio depois de as autoridades israelitas terem chegado a um acordo com os presos palestinos.
Segundo dados do grupo de direitos dos presos palestinos Addameer, em Agosto encontravam-se nas prisões israelitas cerca de 6300 presos políticos palestinos, incluindo 300 menores, dos quais 465 em regime de detenção administrativa, ao abrigo do qual Israel pode manter os palestinos encarcerados por períodos de seis meses indefinidamente renováveis, sem julgamento nem culpa formada e sem sequer justificar os motivos da detenção. A maioria dos presos palestinos estão em cadeias situadas no território de Israel, em violação do direito internacional, que proíbe a transferência de presos para o território da potência ocupante.
 
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