Duas crianças palestinas mortas em incêndio depois de Israel bloquear bombeiros

Duas crianças palestinas morreram na noite de terça-feira num incêndio em Hebron, na Cisjordânia ocupada, depois de as autoridades israelitas impedirem os bombeiros de chegar a tempo à casa em chamas.

O presidente da câmara de Hebron, Taysir Abu Sneina, responsabilizou o exército israelita pela morte das duas crianças, por os militares israelitas terem retido carros de bombeiros palestinos e ambulâncias do Crescente Vermelho  em duas barriras em ruas da cidade.

As duas crianças — uma delas de apenas 18 meses — morreram queimadas num incêndio na sua casa, no bairro de Al-Salaymeh, na cidade velha de Hebron, numa área da cidade que está sob controlo total de Israel e separada do resto da cidade ocupada por muitas barreiras militares.

Segundo o site informativo palestino Palestine Today, as crianças mortas são Wael Al-Rajabi, de quatro anos, e sua irmã Malik, de 18 meses.

Os moradores locais imploraram aos soldados israelitas que abrissem o portão rapidamente ao carro de bombeiros, por causa das as crianças, mas os soldados não acederam aos pedidos, atrasando a resposta dos serviços de emergência e impedindo-os de chegarem atempadamente ao local.

O chefe dos bombeiros de Hebron, Ayman Nassereddin, declarou que os carros de bombeiros e as ambulâncias foram  despachados para o local imediatamente após a chamada, às 10h35 da noite, mas os soldados detiveram-nos em duas barreiras militares. Apesar das diligências palestinas junto das autoridades israelitas, passaram pelo menos vinte minutos antes de os carros de bombeiros e ambulâncias serem autorizados a passar.

Não é caso raro Israel restringir o acesso dos serviços de emergência aos palestinos em necessidade. Segundo a organização britânica Medical Aid for Palestinians (MAP), citando o Crescente Vermelho Palestino, desde 2015 Israel impediu que ambulâncias cruzassem checkpoints (postos de controlo) em 123 ocasiões. Além disso, houve 386 ataques contra equipas do Crescente Vermelho nos territórios palestinos ocupados (OTP) durante o mesmo período, além de 105 ambulâncias danificadas.

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