Dia Internacional de Solidariedade com a Palestina assinalado na Casa do Alentejo em Lisboa

Sessão Dia Internacional de Solidariedade 2017
Uma vasta assistência respondeu ao apelo do MPPM para que o Dia Internacional de Solidariedade com o Povo Palestino que ontem se assinalou na Casa do Alentejo, em Lisboa, representasse uma forte manifestação da solidariedade do povo português com a luta do povo palestino.
Este Dia Internacional de Solidariedade, recorde-se, foi instituído pela Assembleia Geral das Nações em 1977, por reconhecer a dívida da comunidade internacional para com o povo palestino dado que, 30 anos após a adopção da resolução 181 (II), em 29 de Novembro de 1947, que preconizava a partilha da Palestina em dois Estados - um judaico e um árabe - com um estatuto especial para Jerusalém, continuava por cumprir a criação do Estado Palestino.
Hoje, com 600 000 colonos israelitas a viver nos 230 colonatos e postos avançados construídos ilegalmente nos territórios ocupados, protegidos pelo infame «Muro do Apartheid», com 6200 palestinos nas prisões israelitas – dos quais quase meio milhar em detenção administrativa - , com a intensificação da judaização de Jerusalém Leste com a instalação de colonos, a destruição de casas de palestinos e a anexação de territórios da Margem Ocidental, com a pilhagem por Israel dos recursos naturais da Palestina (água, terras de cultivo, pescas, petróleo, gás natural, inertes), com os dois milhões de habitantes de Gaza sujeito a um bloqueio desumano, a constituição do Estado da Palestina, ainda que em apenas 22% do território da Palestina histórica, nos termos dos Acordos de Oslo (1993-95), afigura-se cada vez mais longínqua.
Esta situação, a exigência de que o Estado Português e a comunidade internacional assumam as suas responsabilidades e o apelo a que o povo português não desfaleça no seu apoio solidário à causa do povo palestino, foram enfatizados pelos oradores na sessão pública que o MPPM promoveu na Casa do Alentejo, em Lisboa, e em que intervieram Maria do Céu Guerra (Presidente do MPPM), Nabil Abuznaid (Embaixador da Palestina), Carlos Almeida (Vice-Presidente do MPPM), José Manuel Pureza (Vice-Presidente da Assembleia da República, membro da Direcção Nacional do MPPM), Paulo Pisco (Deputado à Assembleia da República), Augusto Praça (membro da Comissão Executiva da CGTP-IN) e Ghassan Gohsn (Secretário-Geral da Confederação Internacional de Sindicatos Árabes).
No início da sessão, Maria do Céu Guerra apresentou a serigrafia produzida a partir do cartoon de António, vencedor do Grande Prémio do XX Salon International de Cartoon, Montreal, 1983. Trata-se de um pastiche de uma fotografia icónica da II Guerra Mundial que retrata um grupo de crianças e mulheres judias a serem expulsas do ghetto de Varsóvia por soldados nazis para serem encaminhadas para o campo de extermínio de Treblinka, mas em que os algozes de agora são soldados israelitas e as vítimas são crianças e mulheres palestinos. António desenhou este cartoon quando tomou conhecimento dos massacres de Sabra e Shatila e, na breve intervenção que fez nesta sessão, revelou que o horror que lhe causou aquela carnificina ainda hoje está presente na sua memória. Maria do Céu Guerra, em nome do MPPM, agradeceu a António a cedência graciosa desta obra, autorizando a sua reprodução para apoio à sua actividade, e ao Prof. José Carlos Paiva, Director da Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto, que assegurou graciosamente a composição e -reprodução da serigrafia.
A poesia palestina esteve presente em vários poemas ditos por Maria Emília Castanheira.
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