Apoio total a Israel, dizem Donald Trump e Hillary Clinton em encontros com Netanyahu

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, realizou domingo, em Nova Iorque, encontros separados com os dois candidatos presidenciais americanos, Donald Trump e Hillary Clinton. Recebeu de ambos declarações que competem no apoio à política do Estado sionista.
Uma administração Trump, afirma um comunicado de imprensa, aceitaria «reconhecer Jerusalém como a capital indivisa do Estado de Israel». Além disso, contrariando especulações de que iria cortar a assistência militar a Israel, Trump afirma que «a ajuda militar fornecida a Israel e a cooperação de defesa por mísseis com Israel são um investimento excelente para América».
Trump, o candidato republicano, disse a Netanyahu que, se for eleito, «haverá uma extraordinária cooperação estratégica, tecnológica, militar e de informações entre os dois países», acrescentando que Israel é «um parceiro vital dos Estados Unidos na guerra global contra o terrorismo islâmico radical».
Trump e Netanyahu «discutiram longamente a experiência bem sucedida de Israel com uma barreira de segurança que ajudou a manter seguras as suas fronteiras» — uma elogiosa referência ao vergonhoso Muro do Apartheid de Israel.
Trump «concordou com o primeiro-ministro Netanyahu que o povo israelita quer uma paz justa e duradoura com seus vizinhos, mas que a paz só virá quando os palestinos renunciarem ao ódio e à violência e aceitarem Israel como um Estado judaico». Ou seja, Trump apoia os falaciosos argumentos de Israel para desde há cerca de 70 anos se recusar a reconhecer o Estado da Palestina, como prescrito pela ONU, e inverte a realidade da violência exercida pelo Estado sionista sobre os palestinos dos territórios ocupados e a discriminação aos próprios cidadãos palestinos de Israel.
Por seu lado, a candidata democrata, Hillary Clinton, sublinhou «a sua oposição a qualquer tentativa de partes exteriores de impor uma solução» ao conflito palestino-israelita, «incluindo pelo Conselho de segurança de ONU». Reafirmou ainda o seu compromisso com uma solução de dois Estados negociada directamente pelas partes.
Por outras palavras, Clinton apoia a lei do mais forte, uma política de mãos livres para Israel, sem ter de se preocupar com a possibilidade de a «comunidade internacional» assumir finalmente as suas responsabilidades, fazendo cumprir o direito internacional, e nomeadamente as resoluções da ONU.
Segundo a declaração da sua campanha, Clinton disse que «um Israel forte e seguro» é vital aos Estados Unidos. Também «reafirmou o seu compromisso inabalável» com a relação EUA-Israel e sublinhou o seu apoio ao novo acordo de ajuda militar alcançado em Setembro e o seu compromisso de se opor aos esforços para boicotar Israel.
O primeiro-ministro de Israel agradeceu a Trump e a Clinton a sua «amizade e apoio a Israel». É o menos que se pode dizer...
 
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