Ahed Tamimi e sua mãe Nariman permanecerão em prisão preventiva por tempo indeterminado

A jovem palestina Ahed Tamimi, de 16 anos, permanecerá em prisão preventiva por tempo indeterminado, até ao seu julgamento, decidiu ontem o tribunal militar israelita de Ofer. Os territórios palestinos ocupados estão desde 1967 sujeitos à lei militar.
A detenção de Ahed Tamimi já tinha sido prorrogada várias vezes, e ontem o tribunal militar israelita recusou o pedido libertação sob fiança apresentado pela sua advogada. O juiz militar fundamentou a sua decisão dizendo que a jovem era «demasiado perigosa».
A adolescente foi presa em 19 de Dezembro, dias após se ter tornado viral um vídeo em que dava uma bofetada a um soldado israelita para tentar afastá-lo do pátio da sua casa em Nabi Saleh, na Margem Ocidental ocupada. Pouco antes, um seu primo de 15 anos tinha sido atingido na cabeça com uma bala de borracha pelas forças de ocupação.
Ahed enfrenta agora cinco acusações de agressão às forças de segurança e «incitamento».
O tribunal também decidiu prolongar indefinidamente a detenção da mãe de Ahed, Nariman, que foi detida no mesmo dia que a filha, quando a ia visitar. Nariman é acusada de «incitamento» por ter publicado o vídeo nas redes sociais.
«Este processo revela a infâmia do regime militar de Israel no seu conjunto e dos seus tribunais militares em particular», afirma num comunicado o B'Tselem (Centro de Informação Israelita para os Direitos Humanos nos Territórios Ocupados). «Neste sistema, os juízes e procuradores são sempre militares, os réus são sempre palestinos e a taxa de condenações é de quase 100%. Este chamado sistema judicial é um dos mecanismos mais agressivos empregados no regime de ocupação de Israel. O seu objectivo não é servir a verdade e a justiça, mas sim preservar o controlo de Israel sobre o povo palestino. Isto é verdade em relação à a família Tamimi — e a milhares de outros.»
 
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